A NASA fez mais uma descoberta relevante para responder ao questionamento que os cientistas têm feito há décadas: existe — ou já existiu — vida em Marte?
Em julho deste ano, o Perseverance, um rover planetário da NASA lançado ao espaço em 2020 com destino a Marte (também apelidado de "Percy"), encontrou fragmentos de uma rocha com marcas interessantes.
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A Cheyava Falls, como foi chamada, tem manchas na sua superfície que se assemelham aos padrões de um leopardo — isso pode ser um sinal de que reações químicas importantes já ocorreram ali, capazes de sustentar a vida de organismos microbianos. De acordo com um membro da equipe responsável pelo Perseverance, David Flannery, essas características podem ser registros de micróbios fossilizados.
Além do visual, a análise da rocha também revelou a presença de compostos orgânicos, como o sulfato de cálcio, e sinais de hematita, o que indica que já houve água passando por ali — e a água é considerada um sinal de vida.
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Antes dessa descoberta, um outro rover da NASA, o Curiosity, já havia descoberto resquícios de enxofre em Marte. O enxofre é importante para processos metabólicos de microrganismos e permite que exista vida anaeróbica (isto é, de organismos que não necessitam de oxigênio).
Condições para a vida presentes na Cheyava Falls
A rocha descoberta pela NASA traz prospectos interessantes para a investigação da presença de formas de vida antigas em Marte, como:
- Água: a Cheyava Falls tem traços de sulfato de cálcio, que indicam que a água já circulou por essas rochas. Além de crucial para a vida, a água líquida é um sinal de que Marte pode ter tido ambientes aquáticos no passado.
- Compostos orgânicos: A detecção de moléculas orgânicas nas rochas indica que outros elementos essenciais, como o carbono, podem ter existido ali. A combinação desses compostos orgânicos com a água é capaz de criar um ambiente propício à vida.
- Reações químicas: As manchas de "leopardo" na rocha podem ser resultado de reações químicas que ocorreram ali ao longo do tempo; na Terra, padrões semelhantes costumam estar associados a micróbios de ambientes subterrâneos, indicando que Marte pode ter tido condições similares de vida.