NO ESPAÇO

Como defender o mundo de um asteroide? Talvez a resposta não esteja nos filmes...

Ainda que o cinema mostre equipes indo ao espaço para explodir corpos celestes, a ciência já testou e aprovou uma estratégia mais efetiva

Imagem do asteroide Dimorphos, um pequeno corpo com apenas 160 metros de diâmetro, alvo da Missão DART
Imagem do asteroide Dimorphos, um pequeno corpo com apenas 160 metros de diâmetro, alvo da Missão DARTCréditos: Nasa
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No filme Armageddon, de 1998, estrelado por Bruce Willis e Liv Tyler, um grupo de perfuradores de poços de petróleo viaja até o espaço com a missão de explodir um asteroide que está em rota de colisão com a Terra. No mesmo ano, Morgan Freeman e Robert Duvall estrelaram Impacto Profundo, onde um meteoro de 11 quilômetros de diâmetro coloca em risco o planeta. A solução também é um plano para fragmentá-lo e evitar o pior. Na vida real, no entanto, esta seria a melhor saída?

A ciência e um livro recém-lançado dizem que não. How to Kill an Asteroid: The Real Science of Planetary Defense (Como Matar um Asteroide: A Verdadeira Ciência da Defesa Planetária), escrito pelo jornalista científico Robin George Andrews, aponta que a melhor estratégia para salvar o planeta de um asteroide iminente não é explodi-lo no espaço, o que seria uma opção a ser considerada apenas em caso de emergência, mas sim desviá-lo enquanto ele ainda está distante da Terra.

Se a exploração espacial pode ter como data de início 4 de outubro de 1957, quando a extinta União Soviética lançou o satélite artificial Sputnik 1, a chamada defesa planetária como um ramo científico efetivo só teve início na década de 1980 e chegou ao seu momento mais importante com o DART, abreviação de Double Asteroid Redirection Test, em 2021. 

A missão da Nasa lançou uma nave espacial, do tamanho de uma geladeira, em direção ao asteroide Didymos e sua pequena lua Dimorphos, que não representavam nenhuma ameaça à Terra. Em 26 de setembro de 2022, ela pousou na face da lua, empurrando com sucesso a rocha espacial para fora de seu caminho orbital. 

Conhecida como deflexão por impacto cinético, a técnica usada tem como objetivo transferir a energia cinética de uma nave para o asteroide, gerando uma mudança em sua órbita. Algo similar ao que acontece em um jogo de bilhar, quando uma bola colide com as demais e faz com que se movam pela transmissão da energia cinética.

Só uma saída?

Embora tenha sido bem sucedida, esta foi a única estratégia de defesa planetária testada contra um asteroide. E Andrews acredita que é preciso pesquisar mais e, principalmente, aprimorar nossos sistemas de detecção de asteroides.

Com os recentes cortes de orçamento da Nasa, o NEO Surveyor, um telescópio projetado especificamente para encontrar objetos próximos à Terra que sucederia o atual Neowise, tem seu desenvolvimento comprometido. O fechamento do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, em 2020, também foi um duro golpe, já que ele rastreava corpos celestes próximos à Terra que poderiam potencialmente colidir com o planeta.  

Em 2027, a China pretende lançar uma espaçonave para se chocar com um pequeno asteroide e observar se ele seria capaz de alterar sua rota orbital, a exemplo do que aconteceu na missão DART. 

Com informações do Science News

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