A China respondeu à acusação dos Estados Unidos de que estaria testando e desenvolvendo armas anti-satélite para negar, interromper ou destruir satélites e serviços espaciais. Pequim afirma que essa alegação é apenas uma desculpa para Washington expandir suas forças no espaço exterior e manter a hegemonia militar.
A declaração do governo chinês foi feita em coletiva de imprensa regular em Pequim nesta sexta-feira (26). O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, comentou que os EUA há muito que exaltam repetidamente a China como uma “ameaça no espaço exterior” para difamar e atacar o país asiático.
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Wang destacou que "os EUA caracterizaram abertamente o espaço exterior como um 'campo de batalha', fizeram grandes esforços para desenvolver forças armadas no espaço exterior e provocar rivalidade entre grandes potências, tornando-se o maior fator na militarização do espaço exterior e transformando-o num campo de batalha, e a maior ameaça para a segurança do espaço exterior".
"Há muito que os EUA abusam da tecnologia espacial e rastreiam e aproximam-se maliciosamente de naves espaciais de outros países de uma forma perigosa, o que aumenta o risco de colisão no espaço e é gravemente irresponsável", declarou o porta-voz.
A informação contra a China consta de um relatório elaborado em 2018 pela Força Espacial dos EUA e divulgado pela Bloomberg nesta quinta-feira (25).
O documento intitulado “Competindo no Espaço” informa que a China e a Rússia lançaram satélites destinados a inspecionar e reparar outras naves espaciais, mas que poderiam ser usados para atacar ativos dos EUA.
O relatório da Força Espacial dos EUA, em sua primeira avaliação pública de ameaças desde o início do serviço, em dezembro de 2019, ressalta ainda que a natureza de dupla utilização de algumas naves espaciais, como os satélites chineses Shijian 17 e 21, “torna os testes antiespaciais ou atividades hostis difíceis de detectar, atribuir ou mitigar”.
O governo chinês nega as acusações e ressalta que adere ao uso pacífico do espaço sideral e se opõe à corrida armamentista naquele local.
"Lutamos por instrumentos jurídicos sobre o controlo de armas espaciais através de negociações na comunidade internacional e da protecção da paz e da segurança do espaço exterior por meios legais. A China insta mais uma vez os EUA a pararem de espalhar a desinformação, a expandirem o reforço militar e a intensificarem a preparação para a guerra no espaço exterior, e a assumirem genuinamente a sua devida responsabilidade", finalizou Wang.
O novo relatório dos EUA fornece um relato do tráfego cada vez mais lotado no espaço. Em 2022, havia 7.096 satélites em órbita, contra 806 em 2002. Os EUA lideram com 4.723. A China tem 647, a Rússia tem 199 e o resto do mundo tem 1.527.