Para onde vão as fezes dos astronautas no espaço?
A pergunta pode parecer boba, mas tem sido uma grande dificuldade logística para a NASA, a agência norte-americana de aeronáutica e administração espacial.
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O problema dos resíduos humanos — e o risco de contaminação que provém do mau manejo — são alvo de uma política inusitada da NASA, que quer encontrar uma solução definitiva para a gestão eficiente e segura dos resíduos humanos no espaço.
Como não há gravidade no espaço e as expedições costumam durar anos, o acúmulo dos dejetos é uma situação previsível e, no entanto, problemática: durante as missões Apolo, entre 1961 e 1972, foram lançadas 96 "bolsas de resíduos" na superfície lunar, de acordo com a agência.
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As bolsas de lixo brancas são rapidamente preenchidas, multiplicam-se e acabam se tornando um grande "elefante branco no espaço".
Agora, quando a NASA está planejando sua nova missão à lua, foi necessário lançar um programa de incentivo à busca de soluções sustentáveis e criativas para o problema, que veio na forma de um concurso com recompensa monetária vultuosa.
Serão US$ 3 milhões (cerca de 17 milhões de reais) em prêmios para quem ganhar a primeira fase do LunaRecycle Challenge. Disponível para cidadãos de todo o mundo, o desafio vai se dar no Centro Espacial Kennedy, e a primeira fase de submissões é até 31 de março de 2025.
Com duas categorias, o desafio deve se iniciar com a "Prototype Build Track", em que os participantes deverão produzir protótipos de reciclagem para resíduos sólidos; e, na segunda fase, a “Digital Twin Track”, serão abordadas soluções de reciclagem na superfície lunar em uma modelagem que permite testes realistas — como se os concorrentes estivessem, de fato, trabalhando na lua.
Se os participantes conseguirem transformar resíduos humanos em "produtos úteis" a partir de soluções sustentáveis, até mesmo tecnologias em solo terrestre poderão ser positivamente impactadas.
O concurso oferece, ainda, 187 desafios tecnológicos que envolvem projetos futuros da NASA para missões espaciais, coordenados pela Universidade do Alabama em parceria com AI Spacefactory, empresa dedicada à construção de tecnologias avançadas para a exploração espacial, como robôs autônomos e materiais sustentáveis.