ESPAÇO

Cientistas desenvolvem "postos de gasolina cósmicos" para abastecimento no espaço

O projeto 'Spitfire' quer possibilitar a implantação de estações de energia no espaço até 2027; entenda

Satélite.Créditos: NASA
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1.3 milhões de euros foram destinados pela Agência Espacial do Reino Unido para um projeto desenvolvido na Harwell Space, em Oxfordshire, que pretende instalar "estações de petróleo cósmicas" no espaço até 2027. 

De acordo com a BBC, o projeto, chamado 'Spitfire', quer possibilitar o reabastecimento de satélites espaciais a fim de aumentar seu tempo de vida útil e o tempo em missões. 

Hoje, não é possível fazer esse reabastecimento: "A vida útil de um satélite está condicionada à existência de combustível", diz a Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Abrasat). A duração média do combustível de um satélite é de aproximadamente 15 anos, e, quando o combustível acaba, "o satélite se torna, inevitavelmente, lixo espacial". 

Embora já se estudem medidas para prolongar esse tempo de vida útil, o Spitfire é um projeto mais ambicioso: a Orbit Fab, empresa que está à frente da iniciativa, quer tornar o reabastecimento espacial uma realidade com a produção de "portos" de abastecimento parecidos com o de carros — mas no espaço. 

Fundada em 2018 para estudar projetos de transferência de combustíveis, a Orbit já realizou testes de reabastecimento de espaçonaves em "microgravidade" na Estação Espacial Internacional, e foi bem-sucedida nas transferências de combustível.

Em 2021, a empresa lançou ao espaço o Tanker-001, de 35kg, que foi usado para testar o sistema de reabastecimento espacial. 

Se tudo der certo, até 2027 uma interface robótica desenvolvida pelos cientistas deverá ter acesso à "estação" de abastecimento e trabalhar "enchendo o tanque" dos satélites.

Em cerca de 10 anos, a empresa quer começar a oferecer o serviço espacial de abastecimento — que, uma vez em funcionamento, deve levar cerca de quatro horas para se completar.

 Isso porque, para alinhar os dois dispositivos (o que receberá a energia e o “tanque” da estação), seria necessário realizar um movimento complexo, dado que os satélites costumam orbitar a Terra a uma velocidade de até 29 mil km/h. 

A ambição da empresa é instalar "uma grande rede de depósitos" de tanques de combustível no espaço, bem como ônibus espaciais capazes de transitar entre os satélites de seus "clientes".