ENERGIA SOLAR

Transição energética: tecnologia desenvolvida em Oxford deve revolucionar captação de energia solar

Cientistas produziram um material capaz de gerar eletricidade a partir de qualquer superfície, até telefones celulares; inovação substituiria placas de energia solar tradicionais

Oxford.Créditos: Radcliffe via Flickr commons
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De acordo com a Universidade de Oxford, cientistas do seu Departamento de Física desenvolveram em laboratório uma abordagem revolucionária para a captação de energia

A nova tecnologia seria capaz de gerar quantidades crescentes de energia solar em volume maior e com um menor custo em relação aos tradicionais painéis de energia feitos de silicone. 

O material conseguiria, além disso, absorver energia a partir de superfícies variadas e muito cotidianas, como um telefone celular ou uma mochila; mas o potencial mais revolucionário estaria na sua utilização para a captação ampliada de energia — depositado nas janelas de um prédio ou em qualquer outro lugar exposto, de acordo com os cientistas. 

Essa tecnologia é "um material ultrafino capaz de produzir mais de 27% de eficiência energética". Com certificação do Instituto Japonês de Ciência Industrial Avançada (AIST), a tecnologia já equipara a eficiência dos painéis fotovoltaicos, mas quer ir bem mais além: "Acreditamos que, com o tempo, essa abordagem pode permitir que  equipamentos fotovoltaicos atinjam eficiências muito maiores, ultrapassando os 45%", dizem os pesquisadores. 

A descentralização da produção de energia, com um material mais maleável, fácil de ser transportado e instalado, pode eliminar a necessidade das "fazendas de energia solar", áreas de vários hectares em que se instalam painéis solares interconectados para suprir um alto consumo de energia. 

Esse material, por outro lado, permitiria que mais energia fosse produzida sem um orçamento tão alto, com mais flexibilidade e com menos uso de áreas físicas (que poderiam ser empregadas para outros propósitos). 

A produção dessa tecnologia para distribuição deve ser feita pela Oxford PV, uma companhia britânica que nasceu do próprio Departamento de Física da universidade em 2010. 

As células perovskita, nome dado à tecnologia desenvolvida pelo Departamento, estão no seu primeiro volume de produção e prometem revolucionar a indústria global de energia verde, essencial para os objetivos da transição energética como meta global de combate às mudanças climáticas.