TECNOLOGIA E INFORMÁTICA

Na velocidade da luz: a tecnologia que promete revolucionar o Wi-Fi

Nova forma de transmitir dados alcança frequências até 40 mil vezes maiores que as ondas de rádio

Hotspot Wi-Fi no aeroporto.Créditos: Manuel de Sousa via Wikipédia
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Uma nova tecnologia de transmissão e conectividade à internet promete ser até 100 vezes mais rápida do que o Wi-Fi convencional.

O “Li-Fi”, desenvolvido pelo físico alemão Harald Haas, da Universidade de Edimburgo, é mais rápido porque utiliza pulsos de luz emitidos por LEDs para transmitir dados, e pode alcançar frequências de transmissão de até 200.000 GHz — o Wi-Fi costuma ser limitado a 5 GHz.

As ondas de luz são eficientes para transmitir informações porque o espectro de luz visível é quase 10.000 vezes maior que o espectro das ondas de rádio pelas quais se transporta a internet via Wi-Fi.

Além disso, o Li-Fi teria facilidade para atuar em locais sujeitos a uma alta interferência eletromagnética, como hospitais, que guardam equipamentos sensíveis, como monitores cardíacos e máquinas de ressonância magnética, e aeronaves, cujos sistemas de navegação podem ser afetados pela interferência dos aparelhos eletrônicos. 

Fora a velocidade, uma das principais vantagens do Li-Fi é a segurança. Como a luz visível não pode passar pela parede, a conexão por Li-Fi fica restrita à área iluminada, o que torna mais difícil o acesso não autorizado e a interceptação de dados.

A expectativa é que a tecnologia chegue ao mercado nos próximos dois anos e seja integrada a aeronaves comerciais. 

Apesar das vantagens de conectividade e velocidade, o Li-Fi também tem limitações: uma delas é a necessidade de uma linha de visão direta entre o transmissor e o receptor da conexão, o que seria um problema em ambientes com iluminação controlada ou em locais abertos — isso porque a cobertura do Li-Fi só vai até 10 metros para cima, enquanto o Wi-Fi pode subir até 30 metros. 

Ajustes de compatibilidade também teriam de ser feitos para que os dispositivos atuais possam acessar a tecnologia (como a adaptação para receber o 5G, por exemplo). E, para que o uso da tecnologia faça sentido, é preciso ter uma internet potente

O primeiro uso do Li-Fi

O Li-Fi foi usado pela primeira vez numa pequena ilha alemã localizada a 14h de Zurique. O grupo Lake Constance Wireless Initiative, motivado pelo combate à 'poluição eletromagnética' (a ideia de que ondas eletromagnéticas oferecem risco à saúde) e financiado pelo ministério regional do meio ambiente, instalou a tecnologia LED na Ilha Mainau em 2013 e obteve resultados "altamente positivos", de acordo com Paraskevopoulos, do Instituto Heinrich Hertz, que ajudou na instalação.

É importante ressaltar que o Li-Fi não tem a intenção de substituir o Wi-Fi, mas de coexistir com ele, criando uma infraestrutura de conectividade mais eficiente e adaptável às necessidades.