O Bluesky se tornou a principal alternativa ao X no Brasil após o bloqueio da plataforma. Em apenas uma semana, a rede social registrou um aumento de mais de 2,6 milhões de novos usuários, em sua maioria brasileiros, e oferece uma experiência similar ao antigo Twitter, que tem atraído usuários por suas diferentes opções de moderação de conteúdo.
“Se você me perguntasse na última quinta-feira se eu poderia prever o que aconteceria, eu diria que com certeza não”, declarou Rose Wang, diretora de Operações (COO, em inglês) da Bluesky ao CanalTech. Wang ressaltou o forte engajamento da comunidade brasileira, que já era uma das mais ativas na rede.
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Ela enfatizou ainda o papel fundamental das líderes femininas na plataforma, que têm sido cruciais para definir as diretrizes de moderação de conteúdo .“Acho que o fato de eu e Jay [Graber, CEO da Bluesky] sermos duas mulheres comandando uma rede social é o motivo de priorizarmos a moderação, porque já vivenciamos a internet como mulheres”, afirmou.
“Acreditamos que boa parte de construir uma comunidade é conversar diretamente com as pessoas, você não pode se esconder atrás de um produto ou tecnologia”
Nos últimos dias, a equipe da Bluesky tem demonstrado um grande engajamento com a comunidade brasileira, interagindo ativamente em português e fortalecendo os laços com os novos usuários.
A rede do céu azul apresenta uma abordagem híbrida para a moderação de conteúdo, combinando um sistema de vigilância automatizada 24h com ferramentas que empoderam os usuários a reportar e ocultar conteúdos que violem os termos da comunidade. Essa estratégia, segundo Rose Wang, se assemelha mais ao modelo do Reddit, onde a comunidade desempenha um papel ativo na manutenção da plataforma.
Feed menos tóxico
“Se uma pessoa é rude com você, você não vai convidá-la pra sua casa de novo. “Nas plataformas mais tradicionais de redes sociais, não tem muito o que fazer se uma pessoa agir assim, mas temos uma forma de sinalizar que alguém foi rude e isso pode incentivá-la a não fazer isso de novo. Algumas respostas podem ser grossas mas não violam os termos de serviço, então é possível ocultá-las”, ressaltou Wang.
A empresa confirmou que a próxima atualização do app, prevista para as próximas semanas, incluirá suporte a vídeos. Além disso, Rose Wang mencionou que a implementação de uma tela de assuntos do momento está nos planos futuros, mas o foco atual é garantir a estabilidade da plataforma diante do recente aumento de usuários.
Segundo a diretora de operações do Bluesky, a empresa pretende cumprir todas as obrigações legais do país. “Nós iremos respeitar todas as regras para operar no Brasil e estamos conversando com entidades locais para ter uma representação”, completou.
“Nós queremos construir um mundo em que as redes sociais são mais divertidas e seguras, no qual não há uma pessoa que pode tomar decisões e afetar bilhões de pessoas. Vocês podem continuar a crescer conosco e investir num mundo online mais democrático”
Essa semana, o Bluesky detectou uma publicação com conteúdo relacionado a suicídio e entrou em contato com o usuário utilizando a política de moderação. "Estamos entrando em contato para garantir que você esteja bem”, escreveu a plataforma. O caso repercutiu nas redes.
Moderação é isso! Menos algoritmos fomentando ódio e beligerância, mais atenção com o bem estar coletivo. Parabéns aos responsáveis! #setembroamarelo???
[image or embed] — André Trigueiro (@andretrig.bsky.social) Sep 5, 2024 at 7:41 AM
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