“Você fornece alguns dados, nós obtemos alguns dados. Em troca, oferecemos serviços úteis”, diz a nova política de privacidade do X, antigo Twitter, que inclui acesso a dados biométricos e histórico de emprego e escolaridade. Desde a alteração do nome após Elon Musk ter comprado a rede, no ano passado, o X coleciona mudanças e polêmicas.
“Com base no seu consentimento, podemos coletar e usar suas informações biométricas para fins de segurança, proteção e identificação.". A rede, porém, não define o que seriam os dados biométricos.
Te podría interesar
As últimas mudanças do Twitter, além do nome, foram a exclusão da identidade da marca, o famoso passarinho azul, e o símbolo de verificado, que passou a ser exclusivo para assinantes do Twitter Blue, por US$ 8 por mês. Essa última medida, segundo Musk, tornaria mais provável que a conta fosse usada por um ser humano.
Maior coleta de dados
-
Biometria
O novo recurso será apenas para usuários premium a fim de adicionar uma camada de verificação, através do envio de um documento do governo e uma foto. Os dados biométricos serão extraídos dessas provas. “Isso também nos ajudará a vincular, para aqueles que escolherem, uma conta a uma pessoa real por meio do processamento de seu documento de identidade emitido pelo governo”, disse o X em um comunicado. "Isso também ajudará o X a combater a tentativa de personificação e tornar a plataforma mais segura."
Musk também anunciou que, após a atualização, será possível fazer chamadas de áudio e vídeo no X, sem precisar compartilhar o número de telefone.
- Histórico de emprego e escolaridade
Uma grande novidade no mundo da coleta de dados por empresas é o acesso ao histórico de emprego e escolaridade. De acordo com a atualização, o X poderá coletar informações como histórico educacional, previsões de emprego, habilidades e capacidades, atividade de busca de emprego e engajamento para recomendar trabalhos compatíveis com o usuário. Além disso, irá permitir que empregadores encontrem candidatos e anúncios mais relevantes sejam divulgados.
Falta de transparência
Com o avanço da coleta de dados pelas redes sociais, debates sobre privacidade e falta de transparência começaram a surgir. Muitas empresas são alvo de críticas por usuários e reguladores por não deixarem claro como os dados são usados e divulgados. Muitas vezes, são vendidos de forma personalizada para outras empresas e até governos, um mercado que cresceu e se tornou muito atrativo.
O X, por exemplo, foi alvo de uma ação coletiva no início deste ano por capturar, armazenar e usar indevidamente dados biométricos de residentes de Illinois, EUA, sem consentimento, segundo o processo.
A rede social "não informou as pessoas que interagiram (conscientemente ou não) com o Twitter, de que ele coleta e/ou armazena seus identificadores biométricos em todas as fotografias que contêm um rosto que está carregado no Twitter".