DESCOBERTA LUNAR

O que se sabe sobre a missão da Índia à Lua

Chandrayaan-3, da Índia, se destaca ao se tornar o primeiro país a pousar com sucesso no polo sul lunar e analisar a composição do solo

O primeiro pouso lunar feito por uma sonda indiana.Créditos: Reprodução/YouTube ISRO Official
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Na última semana, a Índia fez história mais uma vez na exploração espacial ao se tornar o primeiro país a pousar com sucesso uma sonda nas proximidades do polo sul lunar. A missão, denominada Chandrayaan-3, também marcou apenas a quarta vez na história que uma nação conseguiu realizar um pouso controlado na superfície da Lua. O rover lunar, equipado com o instrumento de espectroscopia de ruptura induzida por laser (LIBS), revelou informações surpreendentes sobre a composição do solo lunar, de acordo com a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO). 
 

Desvendando os Mistérios da Lua: Índia Avança na Exploração Lunar

O destaque da missão Chandrayaan-3 foi a confirmação inequívoca da presença de enxofre na região do polo sul lunar. Essa descoberta representa um avanço significativo, já que os orbitadores anteriores não eram capazes de detectar essa presença de maneira conclusiva. A análise espectrográfica realizada pelo instrumento LIBS também identificou outros elementos na superfície lunar, incluindo alumínio, cálcio, ferro, cromo, titânio, manganês, silício e oxigênio.

A missão Chandrayaan-3 da Índia continua a marcar sucessos enquanto explora o solo lunar. Recentemente, no último domingo (27), o equipamento ChaSTE (Experimento Termofísico de Superfície do Chandra) realizou medições cruciais da temperatura no polo sul lunar, utilizando seus avançados sensores.

O ChaSTE, uma das cargas úteis transportadas pela sonda, tem como objetivo principal medir os perfis de temperatura na camada superficial do solo da região sul lunar. Esses dados têm o potencial de fornecer informações valiosas para os cientistas, permitindo uma melhor compreensão do comportamento térmico dessa área.

O experimento


O Experimento Termofísico de Superfície do Chandra (ChaSTE) é uma peça fundamental na missão Chandrayaan-3. Equipado com uma sonda de temperatura e um mecanismo de penetração controlada, o ChaSTE pode atingir profundidades de até 10 centímetros abaixo da superfície lunar. Dotado de 10 sensores de temperatura individuais, o experimento mapeia e coleta informações precisas sobre as variações de temperatura na superfície lunar.

A Agência Espacial Indiana (ISRO) divulgou dados interessantes provenientes do ChaSTE, incluindo um gráfico que retrata as variações de temperatura da superfície lunar e suas proximidades em diferentes profundidades. Essas informações revelam um panorama mais detalhado do ambiente térmico do polo sul lunar, contribuindo para um entendimento aprofundado dessa região crítica.
 

Pragyan: O Rover Lunar Movido a Energia Solar

O rover lunar de seis rodas, chamado de Pragyan, que significa "sabedoria" em sânscrito, é movido a energia solar e possui a capacidade de explorar áreas relativamente não mapeadas do polo sul lunar. Durante sua vida útil estimada de duas semanas, Pragyan transmitirá imagens e dados científicos preciosos que podem fornecer informações cruciais para futuras missões lunares, incluindo a busca por água congelada, que poderia servir como recurso essencial para astronautas em missões futuras, seja como fonte de água potável ou para a produção de combustível para foguetes.

Além da busca por água, o rover também conduzirá estudos da atmosfera lunar e monitorará a atividade sísmica na superfície lunar, fornecendo informações valiosas sobre as características e o ambiente da Lua.

 

Desafios da Exploração Lunar e Conquistas da Índia

A exploração lunar tem sido uma empreitada desafiadora ao longo das décadas, com a Índia enfrentando seus próprios obstáculos. Em 2014, o país fez história ao se tornar a primeira nação asiática a inserir uma sonda em órbita de Marte. Entretanto, o sucesso da missão Chandrayaan-3 tem um gosto especial após um revés em uma missão lunar anterior, que não conseguiu completar sua descida com sucesso.

A missão Chandrayaan-3, com um custo de aproximadamente 75 milhões de dólares, demonstra a capacidade da Índia de alcançar resultados notáveis em programas espaciais a uma fração dos custos de outras nações, mesmo com os desafios enfrentados.

 

Futuro Promissor da Exploração Espacial Indiana

A ISRO não planeja parar por aqui. A agência está se preparando para lançar uma missão tripulada de três dias em órbita terrestre no próximo ano. Além disso, estão nos planos uma missão conjunta com os Estados Unidos à Estação Espacial Internacional e uma colaboração com o Japão para enviar outra sonda à Lua até 2025. Também é ambicioso o plano de lançar uma missão orbital a Vênus nos próximos dois anos, demonstrando o comprometimento contínuo da Índia com a exploração espacial e o avanço científico.

Em um cenário em que as nações continuam a expandir seus horizontes no espaço, a Índia se destaca como um participante ativo e inovador, trazendo novos conhecimentos e descobertas à humanidade. A missão Chandrayaan-3 é apenas um exemplo recente das conquistas notáveis ??da nação no campo da exploração espacial.

 

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