Um estudo publicado no periódico Journal of Marine Sciences documentou a regeneração da barbatana dorsal de um tubarão seda, de nome científico Carcharhinus falciformis. Esse é apenas o segundo caso de regeneração de nadadeira registrado em qualquer tubarão.
O tubarão teve parte de sua nadadeira cortada por humanos na cidade de Júpiter, na Flórida (EUA). O caso ocorreu em junho de 2022. Os pesquisadores colocaram etiqueta na barbatana dorsal do tubarão seda para observar sua migração, mas notaram que uma pessoa desconhecida cortou a etiqueta, deixando o tubarão com um grave ferimento.
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Cerca de 20,8% de sua nadadeira foi cortada. Após o tempo de regeneração de quase um ano, 87% do tamanho original da barbatana dorsal do tubarão seda foi recuperado. Os pesquisadores conseguiram acompanhar o processo, pois um mergulhador local, John Moore, encontrou o animal machucado e contatou os cientistas.
Como ocorreu a regeneração
A autora do estudo, Chelsea Black, documentou a regeneração do animal por meio de fotos tiradas ao longo de 332 dias. A documentação também mostrou que houve um aumento aproximado de 10,7% na área das nadadeiras, indicativo de regeneração tecidual. No dia 42, a ferida inicial atingiu a cicatrização completa, diz o estudo.
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Como esse é apenas o segundo caso registrado de regeneração em tubarões, pesquisadores ainda não conseguem afirmar com certeza como ocorre esse processo. Black acredita que a parte regenerada da nadadeira é composta principalmente por tecido cicatricial, como contou ao site Live Science.
No entanto, pesquisadores não acham difícil de acreditar nesse mecanismo evolutivo em tubarões, uma vez que eles são conhecidos por sua capacidade de recuperação rápida. A pesquisa, inclusive, explica que esses animais possuem respostas anti-inflamatórias a machucados imediatas.
“Há um motivo pelo qual os tubarões têm evoluído por centenas de milhões de anos, sobrevivendo a vários eventos de extinção em massa. Esta história só prova o quão resilientes eles conseguem ser”, resumiu Black.