Não é difícil encontrar, em uma mesma família, pessoas que fazem aniversário no mesmo mês, sejam mães e filhos, pais e filhos ou até dois irmãos, mesmo quando não gêmeos. Uma nova pesquisa comprovou que essas ocorrências realmente são mais comuns e mostrou que isso não é nenhuma coincidência e, na verdade, há um motivo científico por trás.
O estudo foi publicado na última quarta-feira (13) na revista científica Taylor & Francis e realizado por pesquisadores das Universidades de Alcalá, na Espanha, e Nova York, nos Estados Unidos.
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Qual o motivo
De acordo com a teoria elaborada pelos pesquisadores, a razão para essas aparentes coincidências seriam as características sociodemográficas compartilhadas entre os membros de uma mesma família. Isto é, se pessoas de determinada origem tem maior probabilidade de dar à luz em determinada época do ano e pessoas da mesma família compartilham origens semelhantes, então elas teriam mais chances de nascer no mesmo mês.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas partiram do conceito de sazonalidade de nascimento, de acordo com o fator geográfico, que diz que cada país possui uma época do ano em que o número de nascimentos é maior. No Brasil, por exemplo, é entre março e maio.
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Tendo isso em vista, os pesquisadores analisaram, durante 12 anos, os registros de nascimento ocorridos na Espanha, de 1980 a 1983 e de 2016 a 2019, e na França, de 2000 a 2003 e de 2010 a 2013, totalizando mais de dez milhões. Todos continham o mês de nascimento da criança, bem como o mês de nascimento dos pais e do irmão com idade mais próxima.
Em mãos desses dados e da sazonalidade de nascimentos dos países-alvo, eles dividiram os dados de nascimento em grupos com base no mês de nascimento das mães e identificaram que os nascimentos não seguiram o padrão esperado pelo fator geográfico.
O que eles identificaram foi que ocorrem 4,6% mais nascimentos em que mãe e filho compartilham o mês de aniversário do que o esperado. Se analisado entre irmãos, a porcentagem sobe para 12,1%. Da mesma forma, filhos dividem o mês de nascimento com os pais em 2% dos casos a mais do que o esperado. Até mesmo casais apresentam maior recorrência no compartilhamento do mês de aniversário, 4,4%.
O estudo salienta a importância da nova descoberta para o conhecimento sobre as relações entre natalidade, saúde, educação e outros resultados, mas afirma que mais pesquisas são necessárias para confirmar e aprofundar os resultados e suas implicações.
* Com informações da Revista Galileu.