O Diário Oficial de Santa Catarina informou na última segunda-feira (29) que dois policiais penais serão investigados por uma Comissão de Processo Administrativo Disciplinar pela acusação de terem levado um preso à praia em Florianópolis. Enquanto um policial teria prevaricado em relação aos procedimentos de escolta, outro teria levado o detento para o bairro de Canasvieiras, no Norte da Ilha, onde era residente.
A portaria que anuncia a investigação foi assinada por Edenilson Schelbauer, secretário de Estado da Administração Penal. Os servidores estão atualmente lotados no Presídio Regional de Tijucas, a cerca de 60 quilômetros de Florianópolis, mas na época dos acontecimentos, em 2019, trabalhavam na capital catarinese.
Te podría interesar
Em 22 de janeiro de 2019, um dos servidores investigados estava de folga quando compareceu à Central de Audiência de Custódia de Florianópolis e, segundo a portaria divulgada, interferiu nos procedimentos de segurança do preso, chegando a participar, de forma irregular, do translado do detento até a Penitenciária da Capital.
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Te podría interesar
Na sequência, e sem qualquer autorização, retirou o detento da penitenciária e, com um veículo oficial, percorreu mais de 50 quilômetros até o bairro de Canasvieiras, no Norte da Ilha, onde o detento morava antes de ir preso. A localidade é banhada por uma das praias mais frequentadas de Florianópolis. De acordo com a secretaria de Administração Penitenciária, o policial deu “tratamento diferenciado e privilegiado” ao detento, no que se configura como improbidade.
O outro policial penal teria realizado a escolta do preso sem ter se preocupado com os procedimentos de segurança exigidos pela operação. Ele é acusado de ser o responsável pelo detento quando o mesmo foi levado de uma unidade à outra do sistema prisional. O primeiro policial também esteve presente no translado. Ao chegarem na penitenciária, este segundo policial penal teria deixado o detento em uma sala aleatória do presídio, onde foi encontrado pelo primeiro policial penal que o levou para dar um passeio.
Os nomes dos servidores, do detento ou mesmo a razão pela qual ele foi levado para a casa na praia de Canasvieiras não foram reveladas. A Comissão disciplinar tem até 120 dias para concluir as investigações. A investigação corre em sigilo e só terá maiores informações abertas ao público após sua conclusão.