SANTA CATARINA

Ana Campagnolo, deputada bolsonarista ligada ao Brasil Paralelo, sofre acidente em SC

O caminhão teria fechado o carro da parlamentar, empurrando-o contra o muro de proteção na lateral da pista

Ana Campagnolo, deputada bolsonarista ligada ao Brasil Paralelo, sofre acidente me SC
Carro da parlamentar completamente destruído.Ana Campagnolo, deputada bolsonarista ligada ao Brasil Paralelo, sofre acidente me SCCréditos: Reprodução /Instagram
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A deputada estadual de Santa Catarina, Ana Campagnolo (PL), estava acompanhada de três assessores nesta quarta-feira (26) quando sofreu um acidente rodoviário na BR-101, em Imbituba, ao sul de Florianópolis.

“Tivemos nosso carro prensado por um caminhão contra o guard rail da BR-101, entre os compromissos de trabalho de hoje na região sul [do Estado]”, declarou Campagnolo em suas redes sociais.

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O caminhão teria fechado o carro da parlamentar, empurrando-o contra o muro de proteção na lateral da pista. De acordo com o depoimento da deputada, ninguém se feriu.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que os únicos danos impostos pelo episódio foram materiais. A parlamentar e sua equipe foram atendidas pela PRF e decidiram fazer um registro digital da ocorrência posteriormente.

Ana Campagnolo e Brasil Paralelo

Ana Campagnolo é a professora de História bolsonarista que ganhou notoriedade atuando junto ao site Brasil Paralelo. Costuma abordar especificamente a questão da mulher e do feminismo, uma pauta que o bolsonarismo tem se ocupado em desmerecer desde a sua gênese.

Em uma “aula grátis” sobre feminismo, ela cita correntes mais radicais, anticlericais e revolucionárias, como um contraponto totalizante do que seria a “mulher feminista” em relação ao que define como “mulher feminina”, que seria casada, religiosa, quer ter uma vida tranquila e, é claro, vota na direita e acredita nas bobagens da Brasil Paralelo.

Ela desenvolve seu pensamento, inclusive, apontando que amplos setores femininos na Europa do fim do século XIX e início do XX seriam contrárias ao sufrágio universal e outros direitos democráticos por não terem interesse em adquirir o que chamou de “responsabilidades políticas”.

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Em entrevista à Revista Fórum, Mayara Balestro - historiadora e pesquisadora paranaense que investiga exatamente a Brasil Paralelo – comentou o discurso de Ana Campagnolo.

“Tenho acompanhado e mapeado essa abordagem sobre o feminismo e me chamou a atenção exatamente a atuação da Ana Campagnolo. Eles publicaram recentemente o filme “A face oculta do feminismo”, eu assisti por conta da minha pesquisa e pude notar que nessa deformação do que é o movimento feminista há uma tentativa de deslegitimá-lo batendo na pauta da ‘ideologia de gênero’ e colocando-a dentro da narrativa exposta pela Ana Campagnolo. Nessa abordagem há uma manipulação do pensamento feminista na qual ela tenta reduzi-lo a pautas relacionadas com o pânico moral e o autoritarismo típicos dos setores de extrema direita atuais. E ao longo dessa abordagem, vai culpabilizar os movimentos feministas por uma suposta destruição da família e dos valores, e colocá-lo ao lado do comunismo e do marxismo, dentro do que concebem como tal. Vão dizer que o movimento feminista degrada a família sem em nenhum momento apresentar um material bibliográfico para discutir sobre a temática”, explicou.

Mayara Balestro aponta que na plataforma própria da empresa há artigos que falam sobre o movimento feminista, todos partindo da abordagem da Ana Campagnolo.

“O próprio título da produção, ‘o lado oculto do feminismo’, dá essa pista, ou seja, qual lado é esse que o movimento feminista está tentando esconder? É bem interessante pensar que essa abordagem da Ana Campagnolo vai, depois, se relacionar com o bolsonarismo e o próprio governo Bolsonaro, dando munição para as milícias ideológicas, principalmente em cima da questão da ‘ideologia de gênero’ e das próprias pautas do movimento feminista no Brasil contemporâneo”, concluiu.

Clique aqui e leia a entrevista com Mayara Balestro na íntegra.

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