ELEIÇÕES 2022

Carlos Bolsonaro é intimado pelo TSE, que determina desmonetização do Brasil Paralelo

Filho mais radical do presidente terá que explicar ao tribunal máximo da Justiça Eleitoral as fake news que propaga contra Lula. Já produtora de conteúdo revisionista perderá dinheiro no YouTube

Créditos: Reprodução TV Câmara
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O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), filho do presidente da República, foi intimado nesta terça-feira (18) pelo ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para se manifestar numa ação impetrada na corte pela campanha do ex-presidente Lula (PT) na qual é acusado de propagar fake news.

Na determinação do magistrado do tribunal mais alto da Justiça Eleitoral, Carlos é instado a explicar “a utilização político-eleitoral de seus perfis nas redes sociais” para difundir informações falsas atacando o candidato à Presidência que é adversário de seu pai.

Ainda na mesma decisão, Gonçalves ordenou que a plataforma de vídeos YouTube desmonetize (não permita lucro financeiro) quatro canais que dão suporte a Jair Bolsonaro (PL), entre eles a produtora de conteúdos de extrema direita e revisionistas Brasil Paralelo. Os sites bolsonaristas Foco do Brasil e Folha Política também foram alvo da desmonetização e qualquer conteúdo desses portais relacionados à eleição que for impulsionado estará sujeito a multa diária de R$ 50 mil.

Um “documentário” chamado "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?", que a Brasil Paralelo lançaria a seis dias do segundo turno das eleições, também foi vetado pelo ministro do TSE. Se a determinação for descumprida, quanto ao "documentário", a multa para a Brasil Paralelo é de meio milhão de reais por dia.

O ministro classificou como “preocupante” tantos canais e plataformas repercutindo informações falsas para beneficiar Bolsonaro em sua campanha pela reeleição, que além dos prejuízos que traz à democracia, ainda movimenta um mercado milionário.

“(As plataformas e canais que distribuem fake news) Além disso, movimentam vultosos recursos financeiros, tanto arrecadados junto a assinantes e via monetização, quanto gastos em produção e impulsionamento de conteúdos”, afirmou Gonçalves no documento.

A historiadora Mayara Balestro, que pesquisa as novas direitas reacionárias brasileiras, inclusive os expedientes utilizados pela Brasil Paralelo, afirmou à Fórum que não ficou surpresa com o volume investido pela produtora para alavancar a reeleição de Bolsonaro e completou explicando sobre a importância de se compreender como esses organismos agem para criar essa atmosfera de disseminação sistemática de mentiras.

"Quando recebi a notícia não fiquei chocada ou impactada, a capacidade de estratégia de marketing da Brasil Paralelo com temas relacionados a política vendo sendo potencializada nas redes (em especial anúncios do Facebook e YouTube) cotidianamente. Uma empresa que gasta R$ 411 mil em anúncios políticos pode gastar tranquilamente R$ 715 mil em anúncios sobre temas sociais, eleições e política. A iniciativa por parte da empresa potencializa a candidatura de Jair Bolsonaro nas redes e enfraquece a figura do Lula (eis que é o modus operandi da extrema direita). Compreender o "ecossistema de desinformação" é compreender o nosso próprio futuro e preservar a democracia brasileira", disse Mayara.