A Justiça determinou a suspensão do Telegram em todo o país. A medida foi tomada depois que a plataforma não entregou à Policia Federal (PF) os dados completos sobre grupos neonazistas.
Com isso, as operadoras de telefonia e lojas de aplicativos devem retirar o Telegram do ar imediatamente. A PF informou que as empresas Vivo, Claro, Tim e Oi e o Google e Apple, responsáveis pelas lojas de aplicativos Playstore e App Store, receberão o ofício a respeito da suspensão ainda nesta quarta-feira (26).
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O Telegram entregou parte dos dados solicitados pela PF. Contudo, a corporação quer contatos e dados dos integrantes e administradores de um grupo neonazista, o que não foi fornecido pela plataforma.
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Além da suspensão do serviço, a multa imposta ao aplicativo por não entregar os dados completos de neonazistas passou de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia.
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A PF destacou, ainda, que o pedido de acesso aos dados do grupo neonazista foi feito após a investigação a respeito do ataque a uma escola em Aracruz (ES), que deixou quatro mortos. A apuração descobriu a relação do assassino, de 16 anos, com grupos com conteúdos antissemitas pelo Telegram.
“Observou a autoridade policial que o menor infrator era integrante de grupos de Telegram de compartilhamento de material de extremismo ideológico, cuja divulgação de tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas”, diz trecho do pedido de quebra de sigilo telemático da PF.
Flávio Dino destaca investigações de células de apologia ao nazismo
O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou, no início de abril, a investigação de células que fazem apologia ao nazismo. Em uma entrevista depois do ataque a uma creche em Blumenau (SC), ele declarou que a PF descobriu a conexão entre grupos neonazistas e adolescentes com influência para violência em escolas.
“Nós tivemos uma operação em que houve um agrupamento em que havia, inclusive, no domicílio bandeiras com suásticas. Eles estavam sediados em São Paulo e Goiás recrutando jovens no Maranhão. Recrutando jovens para a prática de violência em escolas. A denúncia veio desses jovens dizendo que estavam sendo assediados pela internet”, relatou Dino.