Mais uma vez a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP), comandada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou de truculência em uma abordagem realizada na noite desta sexta-feira (21), no bairro Jardim Colina, zona sul da capital paulista.
O jovem negro Leonardo Igor Barboza Parreira, de 19 anos, foi espancado por policiais militares, em frente de sua casa, à Rua Giovanni Di Balduccio.
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O boletim de ocorrência (BO) apontou que o rapaz fumava com os amigos no momento em que agentes em patrulha abordaram o grupo. Segundo a própria PM, o jovem teria reagido e chamado os agentes de “vermes” e “lixos”.
Porém, Leonardo declarou, em depoimento, que um dos agentes ordenou que ele jogasse o cigarro fora, o que ele relutou a fazer inicialmente, mas atendeu na sequência. Em seguida, os policiais disseram que a abordagem não tinha acabado e mandaram ele colocar as mãos para trás.
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Os PMs ainda chamaram reforços e, depois da chegada de outros agentes, começaram a espancar o jovem. Leonardo sofreu inúmeras agressões físicas.
Imagens gravadas por vizinhos mostram que ele recebeu dezenas de socos e chutes dos policiais militares. A mãe do rapaz tentou intervir, mas foi derrubada por um dos agressores.
Leonardo foi encaminhado a um posto de saúde do bairro de Vila Moraes, em consequência dos ferimentos provocados pelas agressões. Atendido no local, foi liberado depois.
Os policiais apreenderam um telefone, mas Leonardo afirmou que não era dele e que não possuía celular. O aparelho teria sido identificado como sendo de uma vítima de furto. O suspeito já tem duas passagens policiais, uma por receptação e outra por furto.
Higor Oliveira, advogado que defende Leonardo, declarou que o jovem retornava do trabalho e disse ter se sentido decepcionado com a conduta dos agentes. “Esses policiais não refletem a integridade da corporação que, na maioria das vezes, atua de forma exemplar”, afirmou, em entrevista à CNN.
A família de Leonardo irá formalizar uma denúncia na corregedoria para responsabilizar os policiais envolvidos pelos excessos cometidos. “A comunidade local se une em apoio a Leandro e exige justiça”, destacaram os familiares, via nota.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), também em nota, afirmou que a Polícia Militar analisa as imagens e a abordagem dos policiais durante a ação.
A pasta disse, ainda, que os agentes usavam câmeras corporais, cujo material será analisado para auxiliar no esclarecimento dos fatos. A instituição afirmou que “não compactua com desvios de conduta de seus agentes e pune com rigor os que não seguem os protocolos da corporação”.
A SSP relatou, também, que o celular roubado encontrado com o jovem levantou a suspeita de receptação. Entretanto, a vítima identificou o aparelho como sendo o dela, mas não reconheceu o jovem como autor do roubo.
Leonardo foi liberado depois de assinar um Termo Circunstanciado e o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).
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