Em franco desespero, que o levou a planejar a expulsão e o soco do sócio em Duda Lima, Pablo Marçal (PRTB) tem aumentado os ataques dentro da ultradireita usando figuras emblemáticas para tentar arrancar votos de Ricardo Nunes (MDB) e conquistar uma vaga no segundo turno das eleições em São Paulo.
Alvo de aliados mais próximos de Jair Bolsonaro (PL) - que resolveu se calar para não perder apoiadores na extrema direita -, Marçal resolveu atacar frontalmente o ex-presidente, que antes do início da campanha lhe "condecorou" com a medalha de "imbrochável".
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Para isso, o ex-coach usou o comentarista Rodrigo Constantino, uma espécie de bibelô do fascismo neoliberal, para atacar Bolsonaro.
"Bolsonaro está cegando a direita por acordos irrelevantes e de interesse próprio", escreveu o ex-coach sobre um comentário editado em que Constantino ataca o ex-presidente por "justificar a cadeirada do Datena" e não defender o ex-coach sobre o soco desferido por Nahuel Medina, seu sócio, no marqueteiro de Nunes.
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"Por isso que quando o Bolsonaro vai justificar a cadeirada do Datena isso é imperdoável, na minha opinião. Porque será que ele não se deu conta que o Datena, por ele ser tucano de esquerda, com poster do Che Guevara, pode dar cadeirada que nada acontece. Mas, se ele der uma cadeira, ou o Nikolas Ferreira, ou o Gustavo Gayer, acabou. Eles vão presos".
Constantino ainda defende Marçal que, segundo ele, seria o único "outsider do sistema", repetindo a velha ladainha para a já doutrinada manada bolsonarista.
"O Marçal está incomodando o sistema. E isso está visível. E se alguém está incomodando como outsider o sistema, podre, carcomido, essa pessoa cai nas graças de quem odeia o sistema e percebe o sistema como corrupto, enviesado e autoritário contra a direita", diz Constantino, que recentemente comemorou o visto permanente nos EUA com o artigo "Cidadão americano: adeus, Alexandre".
"Os Estados Unidos são o que são hoje por mérito de um modelo mais eficiente, justo e adequado à natureza humana. Infelizmente, até os americanos vêm se afastando do conceito original que tanto os distanciaram do resto do mundo. O Leviatã estatal tem crescido, alimentando-se das liberdades individuais tão valiosas. A instrumentalização do Estado para perseguição política tem marcado uma fase sem precedentes de riscos, podendo transformar os Estados Unidos numa republiqueta típica da América Latina com o tempo", diz o ex-bolsonarista que aderiu a Marçal.
Guerra religiosa
Em outra frente da batalha na ultradireita neofascista, a guerra espiritual, Marçal não teve muito êxito ao tentar uma aproximação e mentir sobre o apoio do pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder da Assembleia de Deus Ministério Belém, e principal rival político de Silas Malafaia, com quem disputa o domínio sobre a bancada evangélica no Congresso Nacional.
O eleitorado evangélico é a principal frente de batalha da ultradireita neofascista na capital paulista. Marçal liderava nesse nicho até um levante de pastores pró-Ricardo Nunes, capitaneados por Malafaia.
Para fazer frente ao avanço de Nunes, que passou a liderar as pesquisas no eleitorado evangélico, Marçal visitou o José Wellington, de 90 anos, e gravou um vídeo "fazendo o M" ao lado do religioso.
"Vim aqui tomar conselhos e oração com ele e parece que ele faz o M. Faz o M, pastor", induz Marçal, conseguindo a imagem que queria para propagar nas redes.
A publicação, no entanto, gerou revolta na família do líder da Assembleia de Deus, que acusou o ex-coach de usar "a imagem da Igreja e de um ancião sério indevidamente para fins políticos, sem o mínimo respeito aquilo que é sagrado".
O filho, o também pastor José Wellington Júnior afirmou que "nós apenas recebemos ele educadamente” e declarou que apoia Ricardo Nunes.
Filha do pastor, a vereador Rute Costa (PL), publicou nas redes o print de reportagem do Metrópoles que desmente Marçal e atacou o adversário: "a mentira desse homem, já virou rotina! Não dá mais!", escreveu Rute, que antes publicou foto do pai ao lado dela e de Ricardo Nunes, que voltará à igreja.
A deixa foi usada por Silas Malalafaia, que usou a mentira sobre o rival para fazer mais um vídeo atacando Marçal.
"A farsa de Pablo Marçal envolvendo um dos maiores líderes evangélicos do Brasil. Não é possível um evangélico continuar apoiando esse farsante", escreveu Malafaia no vídeo sobre o tema.