ELEIÇÕES

VÍDEO: Ricardo Nunes defende impeachment de Alexandre de Moraes

O prefeito de São Paulo, que disputa novo mandato, abraçou de vez as teses bolsonaristas e fez vários ataques contra Guilherme Boulos

VÍDEO: Ricardo Nunes defende impeachment de Alexandre de Moraes.Créditos: Reprodução redes sociais / YouTube/ Paulo Figueiredo
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Em disputa por um novo mandato à frente da prefeitura da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) participou de uma live do bolsonarista Paulo Figueiredo e mostrou que está totalmente alinhado com as pautas da extrema direita e, em específico, do bolsonarismo.

Na conversa, Ricardo Nunes classifica Guilherme Boulos (PSOL) como “comunista e de extrema esquerda”. "Nós vamos derrotar a extrema esquerda em São Paulo. Nós vamos derrotar o Boulos. Nós vamos eliminar esse risco aqui [...] nós estamos falando de um cara que invadiu o Ministério da Fazenda. A turma dele, o MTST, em 2017, invadiu 5 ministérios”, iniciou Nunes.

Em outro momento, Nunes e Paulo Figueiredo iniciam uma discussão sobre a postura do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e se ele abusa de seu poder. O prefeito de São Paulo corrobora as teses da extrema direita sobre Moraes.

"É lógico [que o ministro Alexandre de Moraes abusa de seu poder] [...] eu falei sobre o Boulos ter invadido o Ministério da Fazenda e estava em cima da mesa depredando tudo... e foi o que fizeram com as pessoas no 8 de janeiro [quando grupos bolsonaristas destruíram os prédios dos Três Poderes e tentaram aplicar um golpe de Estado], deram penas altíssimas e o Boulos não cumpriu um dia de pena, ele também invadiu o Ministério. É preciso ter equilíbrio nessas decisões. A gente precisa ter dessas instituições o respeito à democracia”, disparou Ricardo Nunes.

Posteriormente, Nunes coloca que vencer Boulos em São Paulo é enfraquecer "a escalada de Alexandre de Moraes [...] é ter, no horizonte do nosso país, a perspectiva de uma democracia verdadeira, que é ter a liberdade de expressão, instituições que respeitem a legislação [...] São Paulo é muito importante para não deixarmos uma semente do comunismo, da extrema esquerda”.

Ainda sobre o ministro Alexandre de Moraes, Ricardo Nunes usa matéria da Folha de S. Paulo para defender a abertura de um processo de impeachment do ministro do STF. "Havendo os pré-requisitos, todo impeachment deve ser aberto [...] a matéria que a Folha de S. Paulo traz é gravíssima. Se aquilo que está na matéria for comprovado, e tem um processo para isso [...] se aquilo for verdade, obviamente que sim [deve-se abrir um processo de impeachment contra Alexandre de Moraes]”, disse.

Em outro momento, Nunes desmente uma matéria do jornal Valor que crava que ele é contra o impeachment de Moraes. "Não existe essa afirmação de ser contra [se referindo à matéria do Valor]. Isso é uma coisa [a matéria] tão absurda... Se ele [Alexandre de Moraes] ou qualquer outra pessoa cometeu uma ilegalidade [...] As informações que eu tenho são vindas da imprensa. Cabe, dentro do processo legal, que os senadores façam o processo comprobatório, e, se confirmando o que a matéria [da Folha] trouxe, que é gravíssimo, obviamente tem que se abrir o processo. Indiscutivelmente. Não existe outra probabilidade. A gente defende a liberdade, a gente defende o devido processo legal; se tem alguém agindo contra a liberdade...”

Próximo do fim da conversa, Nunes afirma que se arrepende de ter apoiado a política do passaporte sanitário durante a pandemia. O documento tinha que ser apresentado pelos cidadãos que desejavam entrar em locais de aglomeração de pessoas.

"Faz cinco anos da pandemia. Ninguém acertou tudo, ninguém errou tudo. A questão da obrigatoriedade da vacina: eu tenho muita tranquilidade, depois de toda a experiência, e tenho humildade para te falar isso. Hoje eu sou contra a obrigatoriedade. Hoje eu vejo que foi algo que a gente não deve fazer e que foi um erro”, declarou Nunes, ao também reprovar a política de lockdown, a qual classificou como “ineficaz”.

No final do programa, Ricardo Nunes se declarou a favor da anistia aos golpistas do 8 de janeiro.