ELEIÇÕES 2024

Boulos expõe fake news de Marçal sobre cocaína na GloboNews e muda estratégia contra ex-coach

Candidato de Lula, Boulos classificou mentira propagada por ex-coach como "método de estelionato, de baixaria", decide ir a debates e calibra o tom para desmascarar Marçal, alternando com a apresentação de propostas

Boulos muda o tom e parte para cima de Pablo Marçal.Créditos: Reprodução de vídeo / Rede X
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O desmascaramento da fake news criada por Pablo Marçal (PRTB) sobre uso de cocaína marcou uma virada na campanha de Guilherme Boulos (PSOL), que deve aumentar o tom contra o ex-coach, além de estudar medidas judiciais tanto na esfera eleitoral, quanto na criminal.

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Logo na abertura da entrevista à Globonews, na noite desta quarta-feira (28), Boulos fez questão de desmontar a farsa propagada por Marçal desde o debate na Band, que projetou a subida do ex-coach sobre Ricardo Nunes (MDB) nas pesquisas de intenção de votos.

"Natuza, vou responder sua questão de forma integral, só me permita fazer uma colocação inicial porque hoje foi desmontada uma farsa, a partir de uma reportagem da Folha de S.Paulo, de que eu fui vítima nos últimos 10 dias. Tem um outro candidato, o Pablo Marçal, fez uma série de afirmações sobre uso de drogas relacionado a mim. Esse candidato recebeu 7 decisões judiciais para retirar conteúdos da rede e mesmo assim insistiu. Hoje, um trabalho jornalístico bem feito mostrou qual foi o mérito dessa fake News. Simplesmente, o Pablo Marçal - eu não acredito que por ingenuidade ou desconhecimento, e deve ter feito isso de má fé - pegou um cidadão que é homônimo meu, meu nome é Guilherme Castro Boulos, ele pegou um cidadão chamado Guilherme Bardauil Boulos - que, por coincidência, é candidato a vereador na chapa do prefeito Ricardo Nunes e não tem nada a ver comigo - que teve uma condenação por porte de drogas. Ele queria jogar com essa confusão", explicou Boulos.

O candidato do PSOL ainda desmontou a estratégia do ex-coach que, desafiado a apresentar provas sobre a mentira, disse que só mostraria no debate da Globo, marcado para as 22h do dia 3 de outubro, às vésperas do primeiro turno das eleições e no último dia da campanha eleitoral.

"Quando eu o desafiei a apresentar provas, ele disse que soltaria no debate da TV Globo, dois dias antes das eleições. E queria fazê-lo no debate da Globo logicamente para não dar tempo, para jogar com a confusão, com a desinformação e isso impactar o resultado eleitoral", disse.

"Felizmente esse método de estelionato, de baixaria, hoje foi desmascarado pelo bom jornalismo e esse ataque à honra, à reputação pessoal com mentiras baixas fracassou nessas eleições", emendou.

Em outro momento, ao falar dos projetos que aprovou em menos de dois anos como deputado federal, Boulos voltou a mirar o ex-coach, que foi condenado por participar de uma quadrilha de roubo de dados para praticar estelionato.

"Em um ano aprovei três projetos: o das cozinhas solidárias, uma política pública nacional, o do golpe do consignado, que é golpe dado em aposentados e servidores. Aliás, ai vale uma diferença, né? Enquanto um dos meus adversários aqui, o Pablo Marçal, foi preso por dar golpe em aposentado, eu aprovei como deputado um projeto para combater golpe contra aposentado", disse.

Mudança de estratégia

O desmascaramento da mentira propagada por Marçal sobre uso de cocaína marcou uma virada na campanha de Boulos, que agora anunciou que vai comparecer a todos os debates marcados para o primeiro turno. O próximo acontece neste domingo (1º) na TV Gazeta.

Boulos deve usar a mentira, cunhada por uma pesquisa no Google, para mostrar que o ex-coach é uma continuidade ainda pior que Bolsonaro.

Além de ações na justiça, o candidato do PSOL quer colocar a pecha de mentiroso - além de bandido e charlatão - no adversário, propagando que ele agiu de "má fé", intencionalmente, ao criar a mentira para se promover nas eleições.

Essa tese deve se estender a tudo que Marçal propões, que partiria de pesquisas rasas no Google para enganar eleitores e atingir um projeto pessoal de poder.

Boulos pretende apenas dimensionar o tom contra Marçal - e Nunes, por tabela. Há dúvidas se ele deve sair definitivamente da linha paz e amor.

Essa mudança deve ser medida nas pesquisas após o debate da TV Gazeta, quando deve intercalar as declarações para desmascarar Marçal com propostas que tem para sua gestão na capital paulista.

A aposta é que, desmentido de algo tão sério, Marçal perca a credibilidade em meio a um eleitorado menos radical, que passou a apoiá-lo como uma alternativa à política tradicional e à polarização entre Lula e Bolsonaro.