O coach Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, saiu com uma nova proposta escatológica, desta vez para a educação da maior cidade do Brasil, mas estando em meio a escândalos que não param de eclodir, como a relação das lideranças de seu partido com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e a gravação que mostra como o forasteiro goiano atuava na quadrilha de golpe a bancos da qual fazia parte, e que o levou a uma condenação de quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado.
Ao chegar para participar de um podcast na Zona Leste da capital paulista, na tarde desta quarta-feira (21), Marçal resolveu expor mais uma de suas intenções absurdas ao atacar a teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin, defendendo uma visão de mundo fundamentalista que só encontra comparação com o Talibã, o grupo extremista muçulmano que controla o Afeganistão.
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“Isso é uma forma de tirar a existência de Deus”, disse o coach sobre a teoria desenvolvida pelo célebre cientista britânico que viveu no século XIX.
“Darwin é um cara que teve um problema de paternidade, se revoltou contra Deus. É um dos maiores cientistas do mundo, mas fez a gente acreditar que a gente é ancestral do primo do macaco, por causa de um polegar opositor. Sendo que, se você for olhar no reino animal, o coala também tem um polegar opositor. Desde quando eu era aluno de escola pública, eu nunca acreditei que eu era primo ancestral de macaco”, divagou o sujeito que só ganhou notoriedade pelas toneladas de impropérios que despeja nas redes sociais diariamente, eivadas de absurdos e falta de compostura.
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“O pensamento crítico não pode fechar uma teoria para ser desenvolvida. Se a pessoa falar dentro de sala de aula ‘eu acredito que eu vim do macaco’, ótimo, continue acreditando. Não vai mudar nada na vida da pessoa”, seguiu Marçal, criticando Darwin.
Para piorar tudo, o candidato de extrema direita que já foi entusiasta de Jair Bolsonaro (PL) ainda afirmou ser favorável ao ensino do criacionismo nas escolas, uma visão religiosa que agrada os mais fundamentalistas, e que abusa de teses sem qualquer sentido e refutadas há mais de um século e meio.
“Eu defendo o estado laico, só que a gente não é um estado ateu. Por que na escola nós não fazemos as crianças pensarem? Tem duas, três, quatro, dez teorias. Vamos pensar para a gente chegar numa conclusão?”, disse, para incredulidade dos jornalistas.
Mais cedo, o principal assessor para assuntos educacionais de Marçal, Anthony Tannus Wright, em entrevista à rádio CBN, foi na mesma linha e defendeu ensinar aos alunos não só o criacionismo, mas também a bizarra teoria do design inteligente, um amontoado de despropósitos que prega ser impossível a complexidade do funcionamento do corpo humano ser fruto de um processo evolutivo, o que leva à ainda mais perturbadora “conclusão” de que apenas “Deus” poderia ter feito algo do tipo.