O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, vai à júri popular após decisão da Justiça do Rio de Janeiro, tomada nesta segunda-feira (19).
A determinação do juiz Gustavo Kalil atende a um pedido do Ministério Público (MP), feito em março, para que Suel fosse enviado ao Tribunal do Júri. O ex-bombeiro está preso de forma preventiva desde março do ano passado, após delação de Élcio Queiroz, ex-policial militar que dirigiu o carro usado no dia do assassinato de Marielle.
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Segundo Queiroz, Suel foi o responsável por conseguir o veículo, levar novas placas clonadas e destruí-lo após o crime. Porém, o ex-policial também afirma à PF que Suel não sabia que o carro seria usado para matar Marielle. “Em momento algum ele soube da morte. Ele só soube da morte após o crime, horas depois. Horas não, talvez menos de uma hora depois”, disse.
Já Suel nega qualquer contato com o veículo utilizado e confirma não ter ficado sabendo do planejamento do crime.
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Quem é Suel
Maxwell Simões Corrêa é réu por homicídio no caso Marielle Franco e Anderson Gomes. Ele é acusado de ser o dono do veículo que foi usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato da vereadora.
Juntamente com o ex-PM Écio Queiroz, que dirigiu o carro, Suel é considerado um dos melhores amigos de Lessa. Ele teria salvado o autor dos disparos em Marielle em uma troca de tiros com assaltantes no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca.
O ex-bombeiro já havia sido preso em 2019 por esconder as armas por uma noite após a prisão de Lessa. As armas teriam sido entregues a um dos comparsas, Josinaldo Freitas, o Djaca, incumbido de jogá-las ao mar.
Na ocasião, a polícia ainda concluiu que Suel tinha um patrimônio incompatível com seu salário mensal como bombeiro, de cerca de R$ 4,6 mil.
Novos desdobramentos do caso
A Polícia Federal (PF) prendeu, no dia 24 de março, os suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos de maneira brutal em 14 de março de 2018. São eles: Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro; Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro e irmão de Domingos; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil.
As prisões foram realizadas na operação "Murder Inc.", deflagrada de forma conjunta entre a PF, Procuradoria-Geral da República (PGR) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Além das detenções, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, todos no Rio de Janeiro, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os nomes dos mandantes do crime foram obtidos a partir da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que está preso desde 2019.
A motivação exata para o assassinato ainda é desconhecida, mas as investigações apontam que haveria relação com a expansão territorial da milícia na capital fluminense.