O conteúdo do gravador de voz da cabine do avião ATR-72, da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), começa a ser revelado na noite desta quarta-feira (14). Entre as revelações, a caixa-preta registrou uma pergunta do copiloto sobre “dar potência” à aeronave pouco antes da queda, além de gritos dos passageiros quando o acidente estava em curso.
As informações foram veiculadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que obteve trecho das cerca de duas horas de gravações feitas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), da Força Aérea Brasileira.
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Segundo o Cenipa, a aeronave perdeu altitude de repente e as gravações, em si mesmas, não ajudam a desvendar a causa do acidente. Um relatório preliminar das investigações tem previsão de 30 dias para ser apresentado.
O voo saía de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) quando, a cerca de 100 km do destino, caiu sobre a cidade de Vinhedo, em área próxima a residências. O voo levava 58 passageiros e 4 tripulantes. Ninguém sobreviveu.
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De acordo com as gravações, foi o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva quem percebeu que a aeronave estava perdendo altitude. Ele então perguntou ao piloto o que estava acontecendo e sugeriu que deveriam “dar potência” no avião. A ideia era tentar estabilizar a aeronave e evitar uma queda.
Mais ou menos um minuto depois, o avião já estaria se chocando com o solo. No meio tempo, foi possível ouvir os gritos dos passageiros.
Esse modelo de avião tem as hélices muito próximas da cabine de comando, o que dificulta o entendimento das gravações devido aos altos ruídos. Nesse contexto, o Cenipa não identificou sons que pudessem indicar alarmes de incêndio, pane mecânica ou falha elétrica.
A principal teoria dos investigadores é que pode ter ocorrido formação de gelo nas asas do avião, o que poderia ter causado sua instabilidade. No entanto, ainda é apenas uma teoria, e as gravações não permitem nem confirmar nem descartar a hipótese.
Além do Cenipa, representando as autoridades brasileiras, as investigações também contam com engenheiros da ATR, a empresa francesa que fabricou a aeronave, e da Pratt & Whitney, a empresa canadense que fabricou o motor. Os órgãos responsáveis pela aviação dos dois países também colaboram, conforme preveem acordos de cooperação internacional. A causa e as circunstâncias do acidente ainda são um mistério.