Quatro cabos do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro foram indiciados por suspeita de fraude processual no caso da morte do menino Thiago Menezes Flausino. No último dia 7 de agosto, Thiago foi assassinado com três tiros durante uma ação policial na comunidade Cidade de Deus, zona oeste do Rio.
A investigação promovida pela Corregedoria da PM do RJ apontou que os policiais utilizaram um carro particular durante a ação, o que é ilegal, e podem ter plantado uma arma de fogo na cena do crime, ao lado do corpo do jovem.
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"A corregedoria constatou uma série de irregularidades, além de entender que a conduta dos PMs envolvidos indicia que tenham inovado artificiosamente o local do crime apresentando uma arma fraudulentamente", disse o promotor do caso, Roberto Mello da Cunha Júnior.
A Corregedoria pediu a prisão preventiva dos quatro PMs, identificados pelo g1 como Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria, Silvio Gomes dos Santos e Roni Cordeiro de Lima, para evitar o apagamento de possíveis evidências do crime e a pressão a testemunhas. O pedido está sendo analisado e uma investigação paralela da Delegacia de Homicídios da Capital ocorre.
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Familiares já denunciavam fraudes
Antes das revelações feitas pelos investigadores, a família do menino Thiago Flausino já havia afirmado que o garoto foi perseguido por PMs fardados em um carro prata descaracterizado, enquanto andava na garupa de uma moto. O condutor da moto não tem antecedentes criminais. Também foi comprovado que o jovem de 13 anos não tinha nenhum envolvimento com o tráfico.
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Os familiares reuniram depoimentos de testemunhas e vídeos da ação capturados por 13 câmeras de segurança para corroborar suas denúncias e entregaram-nos à polícia e à Defensoria Pública. Testemunhas afirmaram que os agentes perseguiram e atiraram no garoto e que não houve tiroteio.
PMs contam história sem provas
Logo após a morte de Thiago, os policiais afirmaram ter havido um tiroteio, provocado por dois homens em uma moto que atiraram contra a equipe. No local, eles disseram ter encontrado uma pistola 9 mm. No entanto, as gravações não mostram indícios de confronto.
"Não existem, ainda, elementos que corroborem a versão dos PMs. Há indícios de que eles tenham trazido a arma apresentada para o contexto do fato para tentarem justificar o ocorrido. Mas o Ministério Público do Rio de Janeiro ainda não formou a sua opinião sobre o delito", disse o promotor.