MUDANÇA

O que muda nos aeroportos de Santos Dumont e Galeão após nova portaria do governo Lula

Restrições geográficas redefinem voos e reacendem competição entre os principais terminais do Rio de Janeiro

O que muda nos aeroportos de Santos Dumont e Galeão após nova portaria do governo Lula.Créditos: viarami/pixabay
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O governo federal anunciou nesta quinta-feira (10) uma série de mudanças significativas nos aeroportos do Rio de Janeiro, com foco no Aeroporto Santos Dumont, que passará por um processo de reestruturação e limitação de suas operações a partir de 2024.

A medida, assinada pelo Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio Franca (PSB), e ratificada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem como objetivo central revitalizar o Aeroporto Internacional Tom Jobim, popularmente conhecido como Galeão, enquanto redefine o papel e as operações do Santos Dumont.

A principal mudança trazida pela nova portaria é a restrição dos voos no Aeroporto Santos Dumont a um limite de até 400 quilômetros de distância da origem ou destino a partir de 2 de janeiro de 2024. Além disso, a decisão também elimina as conexões com terminais internacionais, o que impactará diretamente a rotação de voos deste aeroporto.

De acordo com a nota oficial emitida pelo governo federal, as operações no Santos Dumont "deverão ser planejadas observando um critério geográfico - a distância máxima de 400 quilômetros do destino (ou origem) em aeroportos de voos domésticos". Isso significa que o aeroporto, administrado pela Infraero, manterá rotas somente para cidades dentro dessa faixa de distância, o que inclui São Paulo, Belo Horizonte e Vitória, com a exceção de Brasília.

A decisão foi baseada em uma análise do contexto atual dos aeroportos cariocas. O Santos Dumont, devido à sua localização central e proximidade de pontos turísticos e do centro da cidade, tornou-se uma escolha frequente para viajantes nos últimos anos. No entanto, essa popularidade trouxe desafios, como a alta demanda, atrasos e filas, que impactaram a experiência dos passageiros.

Enquanto isso, o Galeão, localizado a cerca de 17 quilômetros do centro da cidade, enfrentou uma perda significativa de passageiros ao longo dos anos. Entre 2014 e 2022, dados da concessionária Rio Galeão, citados pelo site de notícias G1, apontam uma redução de 65% no número de passageiros. No ano passado, o Galeão recebeu aproximadamente 6 milhões de passageiros, um número distante de sua capacidade anual de cerca de 30 milhões de passageiros.

A nova medida visa não apenas reequilibrar a distribuição de voos entre os dois aeroportos, mas também otimizar a experiência dos passageiros e melhorar a infraestrutura aeroportuária. A eliminação das conexões com terminais internacionais no Santos Dumont impulsionará o Galeão como o principal hub para voos internacionais, fortalecendo sua posição como porta de entrada para o Rio de Janeiro.