ASSÉDIO MORAL

Acusado pela família da vítima, colega de escrivã encontrada morta admite que a ofendeu

A Corregedoria está investigando se o suicídio de Rafaela Dumond foi motivado por perseguição e humilhação que supostamente sofria na delegacia onde trabalhava

Rafaela Drumond.Créditos: Reprodução /Redes Sociais
Escrito en BRASIL el

Um dos investigadores que trabalham na mesma delegacia da escrivã Rafaela Drumond, encontrada morta em seu apartamento no último mês junho, admitiu ter proferido xingamento direcionado à ela e gravado em vídeo. O homem chamou Rafaela de “piranha” e afirmou que a fala foi tirada de contexto. 

  • A informação foi confirmada pela defesa do policial, que está sendo investigado como alguém que incentivou o suicídio da escrivã.
  • A família da vítima alega que Celso Trindade de Andrade, o homem presente no vídeo, e Itamar Claudio Netto, o delegado, são os principais acusados na denúncia de assédio que Rafaela teria feito semanas antes de sua morte.  

Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em http://benfeitoria.com/apoieAto18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.

  • O vídeo em questão, gravado pela própria vítima, foi feito dentro da delegacia de Carandaí, em Minas Gerais, onde Rafaela trabalhava.
  • O advogado de Celso confirmou que a pessoa que xingou a escrivã era o seu cliente, mas alega que Celso foi condenado antecipadamente, uma vez que foi afastado de suas atividades na polícia após o início das investigações sobre assédio.

Veja o vídeo gravado por Rafaela

  • O advogado do acusado também comenta que Rafaela começou a gravação quando a conversa já estava no fim, sem saber o que teria acontecido antes.
  • O vídeo é de agosto de 2022. Segundo o defensor, “tudo virá à tona”.
  • A advogada de Rafaela, Raquel Fernandes, afirma que não aceitará relativização do acontecido, além de prezar pelo respeito diante das situações que a escrivã passou. 

“Repudiamos qualquer tipo de arguição que tente justificar, de forma leviana, dentro ou fora de contexto, atos de coerção e violência psicológica em desfavor da mulher, que no caso ainda se configura de forma clara, como assédio moral e assédio sexual”, afirma a defesa da escrivã.

A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais está investigando se a morte de Rafaela está tem relação com as perseguições e humilhações ocorridas na delegacia.

Saiba como pedir ajuda

Permanecer calada diante de situações de violência impede que a pessoa possa se proteger. É de extrema importância que a vítima de qualquer tipo de assédio esteja amparada por pessoas próximas e pelas autoridades, a fim de evitar que seja pega desprevenida pelo assediador. 

Para denunciar a situação em flagrante, basta ligar no número 190 para a Polícia Militar, a qualquer horário do dia. Em caso da situação já ter ocorrido, o número 180, referente à Central de Atendimento à Mulher, receberá a denúncia de forma anônima e também funciona 24 horas. 

Se você ou algum conhecido apresentarem sintomas como tristeza profunda, ansiedade, angústia, falta de motivação e desinteresse, e se essas condições estiverem atingindo sua rotina, procure um profissional especializado e ligue para o Centro de Valorização à Vida, 188. Um atendente preparado poderá te indicar o que você pode fazer para sair da situação. O atendimento acontece todos os dias, 24 horas.