A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul já sabe o que ocorreu na madrugada de 25 de junho, no município de Sete Quedas, quando o jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, de 19 anos, desapareceu misteriosamente após ir a uma festa em Pindoty Porá, cidade do Paraguai próxima à fronteira com o Brasil. Partes do seu corpo esquartejado foram encontradas dias depois no rio Iguatemi.
De acordo com os investigadores, um depoimento prestado por Rubia Joice de Oliver Luvisetto, também de 19 anos, ex-namorada do atleta, jogou luz sobre os fatos ocorridos na trágica noite que terminou no assassinato de Hugo Vinícius. A única parte da história ainda não esclarecida é sobre o esquartejamento do cadáver da vítima.
Te podría interesar
De acordo com a jovem, Hugo Vinícius apareceu em sua casa de madrugada, mas ela estava acompanhada de um homem com quem namorou entre 2019 e 2020, identificado como Danilo Alves Vieira da Silva, de 19 anos. Eles não mantinham mais um relacionamento, mas praticavam sexo ocasionalmente, de acordo com Rubia. Horas antes, na festa em que a vítima estava, ela já estava na mesma mesa com Silva e foi vista pelo jogador de futebol.
Com ciúmes, Hugo Vinícius teria ido então até a residência de Rubia, entrado no local, acendido a luz da sala e começado a chamá-la de vagabunda. Ainda segundo a versão da garota, ela tentou colocar o ex-namorado para fora de casa o mais rápido possível, antes que Silva, seu outro ex-namorado, vindo do quarto, fizesse algo. Não teria havido tempo. Silva teria surgido por trás de Rubia e dado um tiro em Hugo Vinícius, que caiu ali mesmo.
Junto com Rubia e Silva, na casa, estava também um outro homem amigo do casal, identificado apenas como Maninho. Ele confirmou a versão da jovem à polícia e contou que, ao acordar com os tiros e ver o corpo do jogador de futebol, passou a ser ameaçado pelo assassino, caso não ajudasse a dar fim no cadáver.
As versões de Rubia e Maninho apontam na mesma direção. Os dois homens teriam colocado o corpo na caçamba de um veículo da jovem e o levado até um sítio da região, onde teriam o jogado no rio, sem esquartejá-lo. Silva ainda teria lavado a carroceria do carro de Rubia antes de devolvê-lo e voltar para a casa da moça que foi pivô do crime.
Rubia relatou aos investigadores que ainda levou Silva para a casa dele e que deixou Maninho na cena do homicídio, dormindo no sofá. Ela diz ter sido continuamente ameaçada pelo ex-namorado que a acompanhava naquela noite, já que precisou prestar depoimento dia 29, três dias após o desaparecimento de Hugo Vinícius, ocasião em que disse às autoridades que não sabia de nada.
Agora, a Polícia Civil do Mato Grosso quer saber como teria ocorrido o esquartejamento do corpo do jogador. O delegado que preside o inquérito pediu a prisão preventiva de Rubia à Justiça por considerar que ela mentiu o tempo todo, mesmo tendo condições de falar o que sabia em seus depoimentos anteriores.
A família de Hugo Vinícius não quis se manifestar sobre a história contada por Rubia e Maninho aos policiais. Não há informações se os outros dois envolvidos no crime também foram alvos de pedidos de prisão preventiva.