A pequena escola Pequiá, localizada no tradicional bairro do Cambuci, próximo ao centro de São Paulo, parecia ser uma instituição de educação infantil segura e profissional como outra qualquer. Mas a professora Anny Garcia Junqueira notou algo estranho e então tudo mudou. Hoje, os diretores da instituição estão com pedido de prisão temporária requisitado pela Polícia Civil por maus-tratos a crianças.
As cenas que terror, humilhação, falta de traquejo e maus-tratos contra as crianças falaram mais alto do que o medo de uma demissão ou de ser desacreditada publicamente. E assim, revoltada com o que via, a professora começou a traçar uma estratégia para registrar os maus-tratos.
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Uma foto tirada às escondidas pela professora mostra um menino amarrado a um poste pela blusa que vestia. Um vídeo divulgado para a imprensa mostra uma segunda situação, em que um outro menino é humilhado na frente dos amigos porque deixou aquela gotinha de xixi escapar. Um terceiro registro mostraria a dona da pré-escola aos berros com uma menina de 1 ano de idade.
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“Até em questão de xixi elas eram punidas, de ficar o inteiro com as necessidades na roupa, no caso da criança que fica sentada na caixa. Eram punidas por qualquer motivo”, disse a professora. Segundo seu relato, sempre que algo desagrava os donos, era o momento que as punições, humilhações e até agressões eram impostas às crianças.
Com os registros em mãos, a professora então os revelou a alguns pais. E a informação foi circulando ao longo da comunidade escolar. À imprensa, uma mãe declarou ter ficado “horrorizada” com as imagens: “Chorei, chorei, não podia acreditar que acontecia isso”, declarou.
Mães, pais, responsáveis e professores começaram a fazer denúncias após o registro da primeira. Ao todo, 3 boletins de ocorrência foram registrados, o que fez com que a Polícia Civil pedisse a prisão temporária dos diretores e autorização para executar mandados de busca e apreensão.
A polícia já ouviu 14 testemunhas, entre professores e responsáveis, mas ainda não encontrou os diretores. O caso segue sob investigação.