O suposto psicólogo Givanildo Freitas dos Santos, de 43 anos, foi morto pela Polícia Militar na madrugada da última sexta-feira (19) em Araçatuba, no interior de São Paulo, após assassinar a namorada Karen Vitória Mariano, de 19 anos, com facadas no pescoço e em seguida se trancar no apartamento onde vive, no bairro de Vila Alba, onde fez uma live no Facebook comentando o crime recém cometido. Nesta terça (23), uma amiga da vítima quebrou o silêncio e revelou detalhes sórdidos do feminicídio.
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Obtida pelo Uol com o aval de Isabele Gabrieli, a amiga, as mensagens mostram que a vítima entrou em contato na última quinta-feira (18), às 22h52, relatando que foi enforcada por Givanildo e em seguida estuprada. Ela teria se negado a fazer sexo. Karen chegou a enviar um áudio para a amiga em que repetia, bem baixo, a palavra ‘inferno’.
Parentes da vítima confirmaram para as autoridades que Karen já reclamava, meses antes, das brigas e agressões que sofria dentro do relacionamento. Shirley Mariano, tia da vítima, inclusive sugeriu que ela saísse de Araçatuba e retornasse à casa da família em Lins, também no interior de São Paulo.
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Shirley apontou que no início do ano a vítima já tinha publicado um vídeo nas redes sociais mostrando as marcas de agressões no pescoço e nos braços. Esta teria sido a primeira agressão sofrida por Givanildo. Além disso, Karen ainda estaria grávida.
“Esse monstro tirou da minha sobrinha o grande sonho de ser mãe. Ela não merecia tanta violência. Se trancou no banheiro para pedir ajuda”, declarou.
O que mais aconteceu
Após o estupro e o assassinato, as autoridades foram acionadas naquela noite de sexta-feira. Quando a PM chegou para cumprir a ordem de levá-lo preso, Givanildo estava trancado em um dos cômodos da casa. Nesse momento ele já fazia uma transmissão ao vivo, nas redes sociais, em que mostrava suposto arrependimento pela ação em que matou namorada.
Nas imagens é possível ver manchas de sangue, uma delas demarcando com perfeição a palma de uma mão ensanguentada no colchão branco – provavelmente pela namorada assassinada. De acordo com testemunhas, ele a manteria em cárcere privado regado a agressões. Ainda na transmissão, o homem ‘ordena’ “em nome de Jesus”, que os PMs não entrassem em sua casa enquanto amontoava o colchão ensanguentado e alguns móveis na porta para conter a ação policial. Completamente em vão.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, os policiais tentaram negociar com o suposto psicólogo por algumas vezes, a fim de que se rendesse. No entanto, ele tentou bancar tomar para si a arma do policial, foi baleado e morreu em seguida. A jovem foi encontrada logo depois, já sem vida, em outro cômodo.
No 3° Distrito Policial, localizado em Araçatuba, o caso foi registrado como feminicídio, morte decorrente de intervenção policial e legítima defesa. Serão periciados a arma do policial, a faca do suposto psicólogo – que na verdade era dono de uma suposta clínica terapêutica para dependentes químicos – e um pequeno artefato contendo cocaína, também encontrado na residência pela polícia.