Sandra Mathias Correia de Sá é a professora e ex-jogadora de vôlei de 53 anos que foi filmada no último sábado (9), no Rio de Janeiro, ‘chicoteando’ um entregador com uma coleira de cachorro, mordendo uma entregadora e agredindo outros dois trabalhadores. Ela tinha seu depoimento marcado na 15ª Delegacia de Polícia, no bairro da Gávea, nesta quarta-feira (12). No entanto, o depoimento teve de ser adiado.
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O adiamento do depoimento de Sandra Mathias Correia de Sá se deu por conta de um pedido do seu advogado, Roberto Duarte Butter, que apresentou um atestado médico da cliente. “Ela está com várias lesões”, declarou o profissional para a imprensa.
Sobre a linha que deve adotar na defesa de Sandra Mathias Correia de Sá, Butter garante que irá “surpreender” a opinião pública.
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Nesta quarta-feira são esperados os depoimentos dos entregadores Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza, que foram agredidos pela ex-jogadora de vôlei. Mas o depoimento de Sandra ainda não tem uma data para ocorrer após o adiamento. As informações foram confirmadas ao G1 pela delegada Bianca Lima, que acompanha o caso.
Possível expulsão do condomínio
Além da investigação que pode desdobrar em um processo na Justiça de reparação do dano causado às vítimas, Sandra Mathias Correia de Sá tem outro problema pela frente. Seus vizinhos, do condomínio onde mora no bairro de São Conrado, querem vê-la expulsa do local.
A informação é de Homero Pacheco Fernandes, o advogado do condomínio. Ele foi à delegacia para entregar as imagens das câmeras de segurança solicitadas pela investigação e anunciou o desejo dos demais moradores. Sandra mora de aluguel no local.
“Os vizinhos ficaram assustados com o que aconteceu. Há relatos de moradores que teriam tido um bate-boca com ela. O condomínio notificou a administradora e pede que ela seja retirada”, declarou.
Relembre o caso
Um entregador negro foi agredido com socos e "chicotadas" desferidas com um coleira de cachorro por Sandra em São Conrado, no Rio de Janeiro, no último domingo (9).
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a agressão que tem clara conotação racista. Nas imagens, é possível ver a nutricionista e ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá partindo para cima do entregador Max Angelo dos Santos na calçada em frente ao estabelecimento em que trabalha.
A mulher teria saído para passear com seu cachorro e se irritou com a presença de entregadores circulando com suas motocicletas pela calçada. Tomada por ódio e preconceito, ela partiu para cima dos trabalhadores e, em dado momento, agrediu Max com socos, puxou sua camisa e desferiu as "chicotadas" com a coleira.
“Ela me tratou como se eu fosse escravo. Só que ela está esquecendo que o tempo da escravidão já acabou há muitos anos. E isso não pode acontecer. É inadmissível. Não tem como aceitar uma situação como essa", disse Max Angelo ao portal G1.
Também mordeu uma entregadora e agrediu outros dois
Novas imagens da confusão armada por Sandra Mathias Correia de Sá no último domingo (9), em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, mostram que entre as vítimas do seu ataque de fúria e racismo não estava apenas um entregador agredido a chicotadas com uma coleira para cães. A professora de vôlei bolsonarista também mordeu uma entregadora e agrediu outros dois trabalhadores.
As imagens foram veiculadas na noite da última terça-feira (11) no RJTV, telejornal da Rede Globo na capital fluminense. Sandra Mathias Correia de Sá discute com a entregadora Viviane Maria de Souza e começa a empurrá-la contra uma grade. Ao notar a resistência da trabalhadora, que tenta se pendurar na grade para fugir das agressões, ela morde a perna da vítima.
Segundos depois Viviane consegue escapar da prensa e é filmada correndo entre os carros estacionados para fugir definitivamente do local. Em seguida, Sandra é filmada agredindo outros dois trabalhadores na mesma calçada.
A ex-jogadora de vôlei, Sandra Mathias Correia de Sá, tem outras duas passagens pela polícia. Uma delas é por injúria e ameaça, prática que parece cotidiana na vida da ex-jogadora. A outra é mais surpreendente. Ela foi acusada de furto de energia elétrica na Praia do Leblon, onde mantém uma escola de vôlei.