TRANSFOBIA

Estrela da Netflix sofre ataque machista e transfóbico no metrô de São Paulo

Ela usava uma saia curta quando um idoso a ‘confundiu’ e disse: “Não sou obrigado a ver o seu pinto”

Metrô de São Paulo - Estação da Luz.Estrela da Netflix sofre ataque machista e transfóbico no metrô de São PauloCréditos: Wilfredor/Wikimedia Commons
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A atriz Vaneza Francisca, que interpretou a personagem Joana, na série 3% exibida pela Netflix, usou as redes sociais na última semana para denunciar um ataque machista e transfóbico que sofreu no metrô de São Paulo. Acontece que Vaneza é cisgênero, o que mostra que os preconceitos e opressões não seguem à risca suas próprias definições e podem atingir diferentes perfis de vítimas.

A denúncia de Vaneza foi feita no último dia 20 de março mas só chegou à imprensa nesta sexta-feira (31). No dia anterior à denúncia, ela ia da casa do namorado para a casa da mãe, quando passou pela degradante situação.

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A jovem usava salto alto, saia curta e top no transporte público. Sentada, ela cruzava as pernas para acomodar-se na cadeira quando um idoso a ‘confundiu’, pensou que fosse uma mulher trans, e a pediu que “tampasse as partes íntimas”. Em teoria, ele estaria vendo ‘tudo’.

“Se você não olhar debaixo da minha saia, não vai ver nada. Só não olhar”, respondeu a atriz.

Mas a resposta despertou a ira do agressor, que emendou aos gritos: “Ninguém é obrigado a ver o seu pinto”, disparou.

No seu relato, publicado no Instagram, a atriz diz que o agressor não "viu absolutamente nada" debaixo de sua saia e só queria constrangê-la por achar que fosse uma mulher trans, mas que no final das contas não existem "mulheres trans" e "não trans", são todas mulheres. Vaneza avalia após o episódio que ataques transfóbicos podem acabar tendo mulheres cisgênero como alvo, a depender do humor do agressor. “Enquanto as trans não estiverem seguras, nós também não estaremos”, disse.

A atriz ainda diz que não é a primeira que a 'confundem', mas que nunca havia sido constrangida dessa maneira anteriormente. “Trago esse relato como um desabafo porque estou muito sensibilizada, mas também para que nós mulheres cisgênero tenhamos consciência do quanto é importante trazer o debate sobre as mulheres trans para o nosso discurso, ativamente. Eu performava toda feminilidade que a sociedade espera, e fui violentada. Qualquer mulher pode passar por isso”, analisou.