O deputado federal Rogério Correia e a deputada estadual Beatriz Cerqueira (ambos do PT) vão acionar o Ministério Público de Minas Gerais para denunciar irregularidades e um suposto pagamento de propina envolvendo a autorização da atividade de mineração na Serra do Curral, aprovada na semana passada pelo governo de Romeu Zema. O documento será entregue ao procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva, nesta sexta-feira (6) com as presenças de lideranças e ativistas do movimento social e ambientalista.
Ontem, em audiência pública da Assembleia Legislativa sobre o assunto, Rogério Correia apresentou documento assinado por sócios minoritários da Taquaril Mineração S.A contra os gestores da própria empresa. O texto sugere o pagamento de propina para aprovação do licenciamento ambiental para mineração na Serra do Curral.
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Um dos donos da Taquaril é a empreiteira Cowan, a responsável pelo viaduto Batalha dos Guararapes que caiu em Belo Horizonte em 2014 e deixou duas vítimas fatais, além de 23 feridos.
"Estamos pedindo a paralisação de todo o processo de mineração na Serra do Curral autorizada por Zema", diz Rogério Correia. "Inclusive até o Ibama votou contra, pois ali é Mata Atlântica e sujeita, portanto, à legislação federal."
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O parlamentar rechaça o argumento de que a atividade minerária poderia ser benéfica para a região. " O licenciamento foi feito por um setor estratégico do empreendimento, mas não há nada de estratégico nem economicamente, porque não interessa ao Estado de Minas Gerais que não vai ganhar absolutamente nada de imposto e nem vai gerar emprego. Portanto, não tem nada de estrategicamente social", disse.
Vistoria
Nesta segunda-feira (09), a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai vistoriar o local onde a Tamisa pretende instalar o empreendimento de mineração na Serra do Curral.
De acordo com a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), o objetivo é “verificar a situação da Serra do Curral, tendo em vista o processo de tombamento de todo o seu conjunto e a recomendação do Ministério Público à Secretaria de Estado de Cultura para que o processo do referido tombamento seja submetido à apreciação do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural”.