CARNAVAL DE RUA

Prefeitura do Rio declara que não vai coibir blocos de Carnaval que forem às ruas

Assim como ocorre na cidade de São Paulo, a gestão municipal alega que não há tempo para organizar e garantir estrutura aos blocos; cortejos serão monitorados

Escrito en BRASIL el

Apesar do carnaval de rua não estar autorizado pela prefeitura do Rio de Janeiro, a gestão municipal declarou que não vai coibir os blocos que forem às ruas. Além disso, a festa de rua não terá infraestrutura, tais como banheiros químicos. 

O secretário municipal de Ordem Pública Brenno Carnevale, declarou ao O Globo que a prefeitura não irá coibir os cortejos nas ruas dos blocos não autorizados. 

"Nós teremos as atividades no Sambódromo, Terreirão do Samba e Intendente Magalhães. As pessoas não estão proibidas de saírem às ruas. A gente tem uma cidade monitorada pela Ordem Pública e pela Guarda Municipal e as pessoas que estiverem na rua, tem totais liberdades para estarem nas ruas. Os blocos tradicionais já se comprometeram em não desfilar e entenderam o pouco tempo que tínhamos par organizar. Vamos monitorar [os blocos] da mesma forma que fizemos em 2021, quando as punições eram mais necessárias, como em fevereiro quando fizemos qu9e a cidade se comportasse bem", disse Carnevale. 

Nesta semana um manifesto assinado por 140 blocos e grupos ligados ao Carnaval de rua criticou a decisão da gestão de Eduardo Paes (PSD) e, em linha semelhante aos carnavalescos de SP, apontou a realização de grandes eventos como um ponto contraditório na não liberação dos bloquinhos. 

Defensoria aciona PM e GCM para que não impeçam desfiles dos blocos de rua em SP

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo ingressou nesta terça-feira (12) com um pedido para que a Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar para que não impeçam os blocos do carnaval de rua de desfilarem durante o feriado prolongado de Tiradentes. 

O pedido do órgão tem como base a preocupação expressa pelos organizadores do Carnaval de rua, que temem repressão policial caso desfilem pelas ruas sem a autorização formal do Poder Público. 

No ofício encaminhado à Polícia Militar e à prefeitura de São Paulo, a Defensoria "solicita que as forças policiais e de segurança municipal não atuem na repressão dos festejos" e afirma que "há histórico de violações de Direitos Humanos nos blocos" e que "a cultura é um direito fundamental, garantido pela Constituição". 

Blocos de SP afirmam que vão às ruas durante o carnaval fora de época

Após dois anos de espera, os trabalhadores e organizadores do carnaval de São Paulo tinham certeza de que era chegado o tão aguardado momento: a realização da festa mais cultuada do Brasil. Porém, com o surgimento da ômicron, o carnaval foi reagendado para o feriado de Tiradentes (21 a 24 de abril), mas os blocos de rua ficaram de fora desta nova data. 

Mas, no que depender da Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo (Abasp), o carnaval de rua vai acontecer. Em carta divulgada nesta segunda-feira (4), o grupo, que representa mais de 420 blocos da capital, afirma que a "festa vai tomar forma e acontecer nas ruas, esquinas, vielas e praças de nossa cidade como sempre aconteceu". 

Entre as justificativas, os representantes dos blocos de SP afirmam que durante os piores momentos da pandemia respeitaram as orientações sanitárias e ficaram em casa, mas que agora o cenário mudou. "Nos dias atuais, o cenário sanitário parece promissor e estável". O texto aponta que festivais, campeonatos esportivos, eventos religiosos e de negócios estão acontecendo na cidade. 

"A situação passou todos os limites da hipocrisia, tá tudo liberado, mas não se fala em Carnaval de rua, a prefeitura não fez o menor esforço de dialogar com os blocos", declarou Lira Ali, integrante do Coletivo do Arrastão dos Blocos à Folha de S. Paulo.

 

Com informações d'O Globo