Após dois anos de espera, os trabalhadores e organizadores do carnaval de São Paulo tinham certeza de que era chegado o tão aguardado momento: a realização da festa mais cultuada do Brasil. Porém, com o surgimento da ômicron, o carnaval foi reagendado para o feriado de Tiradentes (21 a 24 de abril), mas os blocos de rua ficaram de fora desta nova data.
Mas, no que depender da Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo (Abasp), o carnaval de rua vai acontecer. Em carta divulgada nesta segunda-feira (4), o grupo, que representa mais de 420 blocos da capital, afirma que a "festa vai tomar forma e acontecer nas ruas, esquinas, vielas e praças de nossa cidade como sempre aconteceu".
Entre as justificativas, os representantes dos blocos de SP afirmam que durante os piores momentos da pandemia respeitaram as orientações sanitárias e ficaram em casa, mas que agora o cenário mudou. "Nos dias atuais, o cenário sanitário parece promissor e estável". O texto aponta que festivais, campeonatos esportivos, eventos religiosos e de negócios estão acontecendo na cidade.
"A situação passou todos os limites da hipocrisia, tá tudo liberado, mas não se fala em Carnaval de rua, a prefeitura não fez o menor esforço de dialogar com os blocos", declarou Lira Ali, integrante do Coletivo do Arrastão dos Blocos à Folha de S. Paulo.
Carnaval "oficial"
Além dos desfiles oficiais no Sambódromo, estão previstos para acontecer blocos no Vale do Anhangabaú, evento organizado pelo Acadêmicos dos Baixo Augusta.
No Ibirapuera, será realizada a festa Carnaval Viva a Rua, organizada pelo coletivo Pipoca e vai reunir artistas como Elba Ramalho, Monobloco, Orquestra Voadora, Geraldo Azevedo e Luedji Luna.
Sobre a intenção dos blocos irem às ruas, a prefeitura da cidade de São Paulo declarou que o cancelamento do carnaval de rua permanece e que espera contar com a colaboração dos organizadores do Carnaval de rua.
"A prefeitura espera que as entidades que representa os blocos de carnaval de rua respeitem as decisões anteriores e, assim, evitem eventos sem o aval e a organização por parte do poder público para não colocar as pessoas em risco absolutamente desnecessário", diz a nota da prefeitura de São Paulo.