No começo deste mês, o grupo responsável pela organização dos Blocos de Rua do carnaval da cidade de São Paulo, Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo (Abasp), emitiu um comunicado em que afirmava que ia às ruas da cidade concomitante ao desfile do Sambódromo, que vai acontecer durante o feriado de Tiradentes.
De acordo com os organizados do carnaval de rua, eles foram os primeiros a apoiar a gestão municipal no cancelamento das festividades por conta da pandemia, mas, passados dois anos e com o arrefecimento do vírus, afirmam que é hora de liberar os blocos, visto que grandes festivais já estão ocorrendo.
Diante disso, a prefeitura de São Paulo estuda realizar o carnaval de rua durante o feriado de Corpus Christi, em junho.
"Antes da prefeitura decidir cancelar o Carnaval de rua, os próprios blocos anunciaram que não iriam desfilar. Em pouco mais de dez dias, não conseguimos organizar um Carnaval. Mas vamos sentar com os organizadores e definir uma nova data, um feriado de junho, e ver quem quer desfilar e quais condições, declarou ao G1 Aline Torres, secretária municipal de Cultura.
Uma reunião entre a prefeitura e o Arrastão dos Blocos, grupo que representa os blocos, foi realizada na última sexta-feira (8), mas terminou sem acordo entre as partes.
Blocos de SP afirmam que vão às ruas durante o carnaval fora de época
Após dois anos de espera, os trabalhadores e organizadores do carnaval de São Paulo tinham certeza de que era chegado o tão aguardado momento: a realização da festa mais cultuada do Brasil. Porém, com o surgimento da ômicron, o carnaval foi reagendado para o feriado de Tiradentes (21 a 24 de abril), mas os blocos de rua ficaram de fora desta nova data.
Mas, no que depender da Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo (Abasp), o carnaval de rua vai acontecer. Em carta divulgada nesta segunda-feira (4), o grupo, que representa mais de 420 blocos da capital, afirma que a "festa vai tomar forma e acontecer nas ruas, esquinas, vielas e praças de nossa cidade como sempre aconteceu".
Entre as justificativas, os representantes dos blocos de SP afirmam que durante os piores momentos da pandemia respeitaram as orientações sanitárias e ficaram em casa, mas que agora o cenário mudou. "Nos dias atuais, o cenário sanitário parece promissor e estável". O texto aponta que festivais, campeonatos esportivos, eventos religiosos e de negócios estão acontecendo na cidade.
"A situação passou todos os limites da hipocrisia, tá tudo liberado, mas não se fala em Carnaval de rua, a prefeitura não fez o menor esforço de dialogar com os blocos", declarou Lira Ali, integrante do Coletivo do Arrastão dos Blocos à Folha de S. Paulo.