Nesta quinta-feira (23), o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, que o governo Lula deve apresentar uma carteira de projetos para o desenvolvimento da malha ferroviária brasileira, a ser lançado "nos primeiros dias de fevereiro".
"Vamos divulgar os projetos, discutir com o mercado e com os investidores", disse o ministro. "É muito necessário que a gente retire carga e coloque nas ferrovias para evitar os conflitos ferroviários que o Brasil ainda vive".
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O Plano Nacional de Ferrovias prevê a realização de cinco grandes projetos de construção da malha ferroviária brasileira, há décadas sem atualização, com um investimento avaliado em até R$ 100 bilhões em concessões privadas e quase mil quilômetros de novas ferrovias.
“O plano vai apresentar a distribuição dos projetos em um pipeline, com todo mundo sabendo em qual semestre será feito o leilão, o que virá primeiro", prossegue o ministro.
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Entre as novas linhas previstas para a construção estão o corredor Leste-Oeste, que integra linhas férreas na Bahia, com 2.400 km; o prolongamento da Ferrovia Norte-Sul, que vai do Maranhão ao Pará, com 477 km; o Anel Ferroviário do Sudoeste, que liga o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, com 300 km; e as obras da Transnordestina, que já estão em curso e têm previsão de entrega até 2027.
As obras da Fase I da Transnordestina, com 1.206 km de extensão, a ligar os estados do Piauí e do Ceará, tiveram, recentemente, a liberação de um novo aporte de R$ 400 milhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), anunciado nos primeiros dias de janeiro.
A construção da malha ferroviária vem num momento-chave para o setor de transportes de recursos minerais, em que empresas siderúrgicas anunciaram a pretensão de investir cerca de R$ 100,2 bilhões no Brasil até 2028, como parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
A ferrovia Transnordestina, também parte do PAC, vai passar por 53 municípios nordestinos, partindo de Eliseu Martins, no estado do Piauí, em direção ao porto de Pecém, no Ceará, um dos complexos portuários mais importantes do Brasil, usado principalmente para o escoamento da produção nos setores de metalurgia e siderurgia.
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