Pesquisadores da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (CE) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) narram, em artigo publicado na revista Earth History and Biodiversity, a descoberta de fósseis de 400 milhões de anos em rochas no estado do Ceará.
Os fósseis são de anêmonas Arenactinia ipuensis, animais invertebrados e solitários que vivem no ambiente marinho e têm baixa probabilidade de fossilização (por serem compostos de tecidos moles, como são seus tentáculos).
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Esses animais, encontrados numa área de cerca de 130 km da Formação Ipu, unidade geológica da Bacia do Araripe, existiram há cerca de 445 milhões de anos, quando uma extinção em massa, ocorrida no final do período Ordoviciano, fez com que a vida na Terra desaparecesse (extinguindo pelo menos 85% das espécies no planeta), devido a períodos glaciais intensos e, depois, um rápido aumento no nível do mar.
De acordo com os pesquisadores, a espécie encontrada é a maior até agora, com 14 cm de altura.
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Elas foram encontradas como estruturas em forma de disco integradas às rochas, que se prolongavam nas suas partes inferiores e formavam padrões cilíndricos nas laterais, o que direcionou os cientistas à hipótese de que eram fósseis animais, como disse Rony Gomes Barroso, da UFPE, à Folha de S.Paulo.
Essas anêmonas existiram ali, provavelmente, após a extinção em massa da Terra, classificadas como "biotas de recuperação".
E o local em que foram encontradas não é o ambiente mais comum, afirmam os cientistas. Isso indica que pode ter havido, ao longo dos anos, um soterramento repentino de suas populações.
