Em 2024, foram iniciadas negociações para uma parceria energética entre Brasil e Venezuela, que prevê a importação de até 15 MW de energia venezuelana por uma linha de transmissão que fora interrompida ainda em 2019, durante o governo Bolsonaro.
A importação busca suprir as necessidades energéticas do estado de Roraima e pode representar uma economia de custos significativa para o governo e a população (que pode chegar a R$ 500 mil), considerando os elevados custos para a geração de energia térmica no estado, um dos únicos do país a não receber energia convencional a partir das linhas de transmissão nacionais.
Te podría interesar
O fornecimento de energia para Roraima fica a cargo de uma termelétrica local, cuja operação é subsidiada pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Em 2025, de acordo com informações da Reuters, a previsão é de que os consumidores paguem, em encargos sobre a energia, cerca de R$ 10,3 bilhões à CCC.
Os testes para a viabilidade da parceria entre Brasil e Venezuela começaram a ser feitos nesta segunda-feira (13), de acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que cuida da operação no Brasil.
Te podría interesar
Estima-se que sejam transportados, a partir da linha de transmissão 230 kV Boa Vista, em Santa Elena de Uiarén, até 15 MW de energia, a um valor de R$ 1.096,11 MW por hora, com estrutura da comercializadora Bolt Energy.
Os testes deste janeiro já estavam nos planos do governo há pelo menos um ano.
Se autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Bolt deve assumir, em breve, as operações de importação da energia venezuelana em direção a Roraima. Mas a rede, que permaneceu inutilizada desde sua interrupção, em 2019, já foi um problema para a retomada das atividades de transmissão elétrica em 2023, quando o governo brasileiro havia concedido uma autorização de importação à empresa Âmbar Energia.
Os testes realizados nesta semana devem ter duração de pelo menos 96 horas, a fim de acessar o desempenho da linha de transmissão; caso o resultado seja positivo, a autorização para a importação deve ser avaliada e concedida pela Aneel, como informou o Ministério de Minas e Energia.
"A decisão de retomada da importação de energia elétrica da Venezuela, assim como a escolha do agente comercializador, o preço da energia e o montante a ser contratado, coube ao CMSE", disse o Ministério em nota de dezembro de 2023. "A importação foi autorizada pelo comitê para o período de novembro de 2023 a janeiro de 2024 – a operação está em fase de testes, coordenados pelo ONS, com início previsto para os próximos dias".