O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a retomada do Programa Luz Para Todos, nesta sexta-feira (4), em Parintins (AM). Durante discurso, ele ressaltou que voltou para cuidar da Amazônia, sobretudo do povo amazônico.
"Nós vamos levar energia para milhares de pessoas. Só é contra o Luz para Todos quem não sabe o que é trabalhar com candeeiro, quem não sentiu a fumaça de querosene no nariz", anunciou Lula.
O Luz Para Todos leva energia elétrica à população rural, em especial no Norte do país e em regiões remotas da Amazônia Legal. A iniciativa, que vai beneficiar até 500 mil famílias até 2026, tem como objetivo garantir a erradicação da pobreza energética e o desenvolvimento social e econômico, e se pauta por valorização e respeito à cultura de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Mais de 3,6 milhões de famílias foram atendidas com acesso ao serviço público de distribuição de energia elétrica desde o lançamento do programa, em 2003. Nessa nova etapa, o desafio é construir políticas de universalização do acesso e uso da energia elétrica ainda mais justas e inclusivas.
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"Nós já recuperamos 40 políticas públicas de inclusão e eu voltei para dizer: a gente vai cuidar da Amazônia. Nós vamos levar energia para milhares de pessoas. Só é contra o Luz para Todos quem não sabe o que é trabalhar com candeeiro, quem não sentiu a fumaça de querosene no nariz. O povo quer luz e a coisa mais bonita é que muitas vezes os turistas vão a Paris ver a cidade luz. A partir de agora a cidade luz chama-se Parintins", afirmou o presidente.
Pelas redes sociais, Lula comentou sobre a volta do Luz para Todos.
Festival de Parintins
Durante a agenda em Parintins, Lula assistiu a apresentações culturais dos bois Garantido e Caprichoso, característicos do Festival Folclórico de Parintins. Pelas redes sociais, o presidente comentou que aceitou o convite para assistir ao evento em 2024.
Linhão de Tucuruí
Na mesma solenidade, Lula oficializou a ligação de Parintins e Itacoatiara, no Amazonas, e de Juruti, no Pará, ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que proporciona o acesso à energia elétrica por fontes limpas e renováveis.
Antes da interligação de Parintins ao Linhão de Tucuruí, a cidade dependia de uma usina termelétrica movida a diesel, que consumia cerca de 45 milhões de litros do combustível anualmente. Além dos impactos ambientais, a geração de energia por meio dessa matriz causava poluição sonora e lançava fuligem no ar.
Atualmente, a região amazônica conta com 211 sistemas isolados, que precisam gerar a própria energia a partir de combustíveis fósseis. Estima-se que aproximadamente 3 milhões de pessoas vivem nessas localidades e que, ao substituir a matriz térmica por opções mais sustentáveis 1,5 milhão de toneladas de carbono deixarão de ser lançadas na atmosfera.
Parcerias
O presidente também assinou decreto que amplia as possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o Brasil. Atualmente, o Brasil realiza intercâmbios internacionais com Argentina e Uruguai, além do Paraguai, por meio da Usina Hidrelétrica Binacional Itaipu.
O texto prevê a possibilidade de importação de energia para atendimento aos sistemas isolados, com o objetivo de reduzir os dispêndios da Conta de Consumo de Combustível (CCC), orçada em R$ 12 bilhões para 2023. Ela representa quase 35% da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A gradativa substituição do sistema acarreta redução nos custos da CCC – pago por todos os consumidores de energia elétrica, o que beneficia todos os brasileiros.
O presidente também assinou uma ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras, que vão substituir usinas termelétricas e garantir energia confiável, limpa e renovável. Roraima é o único estado isolado do sistema nacional. Os moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica. A expectativa é de mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025.
Cúpula da Amazônia
Às vésperas da Cúpula da Amazônia, que vai reunir líderes de países amazônicos para chegar a uma postura única para apresentar em fóruns internacionais sobre meio ambiente e mudanças climáticas, o presidente enfatizou que cuidar da Amazônia é ter uma perspectiva ampla em torno do tema.
“A gente não quer transformar a Amazônia em um santuário. A gente quer cuidar de cada animal, igarapé, de cada flor, mas sobretudo quero cuidar do povo amazônico. Nós vamos fazer o que precisa ser feito. Não aceitaremos garimpo ilegal em terras públicas, não aceitaremos madereiro ilegal. Ninguém é dono de uma árvore de mogno que tem 300 anos, ela é um patrimônio da humanidade”, disse.
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