O debate da Record TV com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado na noite deste sábado (28), manteve um tom civilizado, dentro do possível, e apenas viu a temperatura subir em alguns poucos momentos, mas dentro da “normalidade”. A transmissão começou com o mediador listando uma série de condições preestabelecidas com os participantes, como não sair do local onde foram colocados, não usar apelidos, não fazer acusações desrespeitosas e um rosário de outras imposições.
As mudanças são claramente uma reação ao baixíssimo nível da campanha eleitoral deste ano, sobretudo avacalhada pelo coach Pablo Marçal (PRTB), que depois de muitos xingamentos, acusações infundadas e provocações acabou agredido por uma cadeirada desferida por José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Gazeta, há algumas semanas.
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Desde o início o coach goiano condenado por integrar uma quadrilha de fraudes a bando nitidamente estava se segurando para não vandalizar o encontro e descambar com tudo. Chegou até a chamar Guilherme Boulos (PSOL) de “Boules”, se ‘desculpando’ de forma cínica e irônica, mas acabou punido. Já Marina Helena (Novo) desfilou uma caravana de bobagens elitistas e ataques macartistas contra o candidato apoiado pelo presidente Lula, sempre fazendo dobradinha com Ricardo Nunes (MDB).
O atual prefeito, aliás, foi um dos centros do debate, sendo alvo de quase todos os candidatos. No geral, ele fugiu das perguntas e respondia a tudo com discursos desconexos e com supostos feitos de seu mandato. Foi neste momento, num dos ataques a Boulos, que ele resolveu se jactar de ter feito casas de 18m² e passou então a se escorar em seu vice, o coronel da reserva e ex-comandante da Rota Mello Araújo, um bolsonarista que quando estava na ativa assumiu abertamente que a Polícia Militar tem que abordar diferente os cidadãos que moram na periferia daqueles que vivem em bairros nobres.
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Uma outra atitude que chamou a atenção foi a da candidata Tabata Amaral (PSB), que procurou de maneira mais direta antagonizar com Boulos e disparar críticas ao seu partido, o PSOL. Ela questionou o adversário de esquerda sobre sua posição em relação a temas caros ao campo progressista, como a liberação de drogas, aborto e o regime venezuelano de Nicolás Madura. Boulos procurou não polemizar e seguiu falando de propostas.
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