Contrariado desde o início com o apoio a Ricardo Nunes (MDB) na disputa eleitoral em São Paulo, Jair Bolsonaro (PL) até ensaiou um ataque a Pablo Marçal (PRTB), principal oponente do atual prefeito no nicho eleitoral ceivado pelo ex-presidente, mas fez um recuo estratégico após uma leitura singular das pesquisas de intenção de votos.
Embora Datafolha, Quaest e Atlas Intel prevejam um segundo turno entre Nunes e Guilherme Boulos (PSOL), Bolsonaro vê os dados com desconfiança e acredita que o ex-coach pode surpreender e tirar o atual prefeito do páreo.
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O ex-presidente teria feito a análise em conversas reservadas, segundo o jornalista Igor Gadelha, no portal Metrópoles.
Bolsonaro acredita que Marçal pode até mesmo vencer a disputa na capital paulista, o que vai ocasionar um grande transtorno na ultradireita, onde o ex-presidente tinha hegemonia como "mito".
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A hipótese teria feito com que Bolsonaro voltasse a baixar o tom contra Marçal após justificar a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) no ex-coach durante o debate na TV Cultura.
Ao embarcar na candidatura Nunes com críticas a Marçal, Bolsonaro empurrou os extremistas para a seara do candidato do PRTB e viu uma debandada de seguidores nas redes, que o acusam de covardia e de ter sido cooptado pelo "sistema".
Por sua vez, Marçal avançou sobre o ex-presidente usando figuras emblemáticas como Rodrigo Constantino, André Fernandes (PL-CE), pastor José Wellington e até Donald Trump - para tentar arrancar votos da ultradireita de Nunes.
O recuo de Bolsonaro pode ser visto nesta semana, quando se calou sobre o soco desferido por Nahuel Medina, sócio de Marçal, em Duda Lima, marqueteiro do ex-presidente nas eleições de 2022.
Ao atacar Marçal, Bolsonaro pode mostrar ainda mais sua face "pró-sistema" no segundo turno, caso tenha que apoiar o ex-coach em um possível embate com o candidato de Lula.