Com a hegemonia ameaçada no comanda da ultradireita neofascista, Jair Bolsonaro (PL) mostra que não sabe o que fazer com o avanço de Pablo Marçal (PRTB) sobre os apoiadores extremistas, que atacam e abandonam o ex-presidente nas redes por causa do apoio a Ricardo Nunes (MDB) na disputa eleitoral em São Paulo.
Mesmo sob fogo cerrado ex-coach, que no debate no Flow disse que ele "virou as costas para o povo", Bolsonaro se calou sobre o soco desferido pelo sócio de Marçal, Nahuel Medina, em Duda Lima, marqueteiro que trabalhou em sua campanha à reeleição em 2022 e que agora assessora Ricardo Nunes.
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"Bolsonaro, você podia tomar um jeito e não virar as costas para o povo. Você não poderia fazer isso com a gente. A gente defendeu você. E você, até de conversa com Datena estava nessa semana. Não faz sentido fazer um negócio desse", disse Marçal antes de ser expulso no debate no Flow, incitando os ataques dos apoiadores.
A crítica do ex-coach provocou uma debandada dos seguidores extremistas, que deixaram as redes de Bolsonaro atacando o agora "ex-mito".
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"Bolsonaro que é que tá acontecendo??? O Brasil de Olho em SP e o senhor fazendo chamego em quem tem ideologia invertida? Muito triste com o senhor", comentou Eunice Barbosa, em publicação do ex-presidente no Instagram nesta terça-feira (24), ainda sob a repercussão da agressão no debate.
"Quem fica em cima do muro , toma paulada dos 2 lados , já abandonou o povo no 8 de janeiro e agora tá abandonando o candidato certo em SP por ser marionete de partido???", escreveu Maicon Silva, em meio a diversos comentários de "deixando de seguir".
Medo?
A aliados, segundo Bela Megale no Jornal O Globo, Bolsonaro afirma que "não quer comprar briga pública com o influencer", pois " teme a repercussão negativa que possa amargar nas redes sociais".
O ex-presidente teria sido informado sobre os detalhes da agressão a Duda Lima, com quem trabalhou em 2022, mas resolveu silenciar e até o momento não se pronunciou sobre o caso.
Além de Duda, o ex-Secom e advogado Fabio Wajngarten atua na campanha de Nunes e seria o informante de Bolsonaro sobre o que acontece na disputa eleitoral.
Em entrevista à ex-atriz e influenciadora Antonia Fontenelle no dia 18, o pastor Silas Malafaia, guru de Bolsonaro, revelou o medo que fez com que o ex-presidente se afastasse de Marçal, a quem condecorou com a medalha de "imbrochável" pouco antes do início da campanha.
Ao falar sobre os motivos de ter barrado Marçal, no ato de 7 de Setembro na avenida Paulista, Malafaia revelou que as pretensões do ex-coach colocam em xeque os planos de Bolsonaro de reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a condenação que o deixou inelegível até 2030 e que, até o momento, o deixa fora das eleições presidenciais de 2026.
"Esse cara é quem vai dividir a direita. Se esse cara ganha para prefeito, no primeiro dia de eleito, ele começa a campanha para Presidente da República", afirmou Malafaia.
"Ele disse assim: não está na hora de ir para o confronto com o Bolsonaro. Não tá na hora. Ele apoia Bolsonaro, mete o pau no Bolsonaro, compara Bolsonaro a Lula, diz que a única diferença é que Lula tem menos um dedo - então chama Bolsonaro de corrupto igual ao Lula. Que conversa é essa?", surtou o guru, chamando o coach de "psicopata e bipolar".