Uma palestra pró-Bolsonaro para funcionários em 2022 resultou na condenação da Química Amparo LTDA., proprietária da marca Ypê, de produtos de limpeza e higiene, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), por assédio eleitoral. A palestra foi realizada online e transmitida ao vivo, com o objetivo de persuadir os funcionários a votarem no então presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Ministério Público do Trabalho (MPT) foi o autor da ação e relatou que, durante a transmissão ao vivo via internet, realizada no primeiro dia de propaganda para o segundo turno das eleições, o palestrante apresentou diversos números que, embora disfarçados como informações, sugeriam claramente que manter o governo de Jair Bolsonaro era "a melhor opção para o país".
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À Justiça, a empresa admitiu a realização do evento, mas alegou que a intenção era para "expor o cenário político" da época. Se descumprir a decisão judicial, a Ypê poderá ser multada em até R$ 100 mil. O veredito, ainda sujeito a recurso, foi emitido pela 9ª Câmara do TRT-15 e alcançou uma decisão unânime.
A fábrica diz que geralmente “não comenta decisões judiciais”, mas vai recorrer. "A empresa é uma companhia 100% brasileira, apartidária, e tem acreditado e investido no país há mais de 70 anos", afirmou ao g1. Cabe recurso ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
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À Uol, a empresa manteve sua posição como "apartidária". "A Química Amparo não faz comentários sobre processos judiciais em andamento, porém ressalta que o caso será ainda avaliado pelas instâncias superiores. A empresa é uma companhia totalmente brasileira, apartidária, que continua a acreditar e investir no país há mais de sete décadas."
Campanha recebeu R$ 1 milhão da Ypê
Como mostrou uma reportagem da Fórum, doações de campanha feitas pela família controladora da marca Ypê ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, geraram críticas e manifestações de apoio à marca nas redes sociais. Três membros da família Beira, que integram o conselho de sócios da Ypê, doaram quantias à campanha do então candidato à reeleição de Bolsonaro.
As doações, segundo o portal da transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somam R$ 1 milhão. O maior doador dos três foi Jorge Eduardo Beira, vice-presidente de operações da empresa, doou a maior quantia, que entregou R$ 500 mil à campanha. Ele é a 15ª pessoa física que mais transferiu dinheiro a Bolsonaro. Waldir Beira Júnior, presidente do conselho, e Ana Maria Beira, integrante dos conselhos de sócios e administração, doaram R$ 250 mil cada um, totalizando R$ 1 milhão de toda a família. Leia mais na reportagem.