ELEIÇÕES 2024

Ricardo Nunes nega "golpe" em 8/1 e disfarça apoio de Bolsonaro: "sou ricardista"

Herdeiro de Bruno Covas, Ricardo Nunes buscou atacar Guilherme Boulos e se enrolou ao tentar disfarçar, em entrevista ao Uol, o apoio de Jair Bolsonaro, rejeitado por 65% dos paulistanos, segundo o Datafolha

Ricardo Nunes recebe medalha de.Créditos: Rafaela Araujo/Folhapress
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Herdeiro do mandato de Bruno Covas, morto em 2021, Ricardo Nunes (MDB) passou por saia justa ao ser indagado sobre a publicação feita nas redes sociais sobre o atentado contra Donald Trump - "esse sim, é um atentado contra a democracia" - durante sabatina no portal Uol.

Perguntado se a publicação faz uma comparação com a tentativa de golpe que resultou no 8 de janeiro de 2023, o atual prefeito de São Paulo tentou lacrar para o rival, Guilherme Boulos (PSOL), que lidera a disputa. No entanto, acabou tendo que confessar sua posição sobre os atos golpistas.

"O 8 de janeiro a gente podia comparar com 23 de setembro. O que aconteceu em 23 de setembro? Se a gente entrar no Google agora e colocar: 'Boulos invade ministério', vai sair na capa a foto do Boulos em cima da mesa numa invasão de um prédio público do Ministério da Fazenda", afirmou.

A resposta provocou espanto nas jornalistas: "você acha que são episódios comparáveis? No 8 de janeiro a gente teve a depredação do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto com um objetivo. Quebrou-se símbolos da democracia brasileira", insistiu Raquel Landim.

Nunes, então, tergiversou e fez eco ao discurso bolsonarista, de que "aposentados, pessoas que estavam ali fazendo um ato totalmente errado, mas não dá para se comparar uma coisa a outra".

Em seguida, o prefeito foi enquadrado por Fabíola Cidral: "a pergunta é fácil, 8 de janeiro foi um atentado contra democracia?".

"O 8 de janeiro foi um atentado contra o patrimônio público que eu repudio", respondeu, saindo pela tangente.

A jornalista indaga em seguida: "o senhor não acredita que sofremos uma tentativa de golpe?".

Nunes, então, se enrola, mas acaba confessando: "não acredito". 

"Eu não posso falar pelas pessoas, eu estou falando daquele caso concreto que eu repudio", emendou.

Deparado com o resultado da investigação, que mostram que houve uma tentativa de golpe, Nunes pediu "cautela antes de julgar", se enrolando novamente.

O imbróglio seguiu ao ser indagado sobre o apoio de Jair Bolsonaro (PL), rejeitado por 65% dos paulistanos, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em julho.

Nunes, que se esforçou para obter o apoio do ex-presidente, tentou sair pela tangente e teve que ouvir mais uma pergunta direta: "o senhor é bolsonarista?".

"Eu sou ricardista", respondeu, disfarçando o apoio de Bolsonaro.