No rol das infindáveis mortes cometidas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo sob o argumento de “confronto”, desde a chegada do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao poder, uma imagem registrada pela câmera corporal de um agente, divulgada nesta quinta-feira (9), mostra um suspeito sendo atingido com 11 tiros antes mesmo que notasse a presença dos PMs na comunidade, que fica na Brasilândia, na Zona Norte da capital paulista. Ele começa a ser atingido ainda de costas, sem sequer esboçar qualquer reação.
O indivíduo, que não teve sua identidade revelada, seria um condenado que não teria voltado ao sistema prisional após uma ‘saidinha temporária’ autorizada pela Justiça em janeiro deste ano. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele seria “membro de uma facção criminosa” e teria sido encontrado após uma denúncia de tráfico de drogas. Na versão oficial apresentada pelos PMs, o homem que foi morto estaria portando um revólver calibre 38 e teria morrido “em decorrência de intervenção policial” ao reagir. Mas não é o que a gravação da câmera acoplada no peito do PM mostra.
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Ao sair num trecho mais aberto de uma via da favela, ele olha para o lado oposto dos policiais, nem mesmo os nota. O sujeito não tem arma alguma na mão, tampouco faz menção de sacar qualquer coisa da cintura. Ele carrega apenas um telefone celular, que cai no chão junto com seu corpo ao ser atingido pelos tiros. Um outro objeto também cai e não é possível dizer o que era, embora tivesse um formato retangular, semelhante a um aparelho celular também.
Os 11 tiros são disparados em três segundos e alguns deles são efetuados com o homem já caído e aparentemente morte, ou então gravemente ferido. Um outro PM diz ao atirador repetidas vezes “parou, parou”, momento em que os tiros cessam.
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De acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso foi registrado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficará encarregado da investigação. O registro do BO foi sob a natureza de resistência, homicídio (morte decorrente de intervenção policial) e posse ou porte ilegal de arma de fogo.
[IMAGENS FORTES] Veja a gravação com o registro do assassinato: