Uma ação desastrosa da Polícia Militar de São Paulo terminou com a morte de um idoso de 70 anos, baleado quando ia a uma farmácia, na tarde de terça-feira (7), na Zona Leste da capital paulista. Uma viatura do 8° BPM/M realizava uma perseguição a dois suspeitos numa motocicleta pelas ruas do bairro do Tatuapé quando, segundo o PM responsável pela tragédia, ele teria “atirado acidentalmente” com sua pistola e atingido a vítima.
Clóvis Marcondes de Souza, que chegou a ser levado para uma unidade médica próxima e não resistiu aos ferimentos, faria 71 ano no fim deste mês e era morador da região havia sete anos. Ele tinha ido comprar remédio no estabelecimento perto de sua casa e costumava passear pelas ruas da localidade diariamente. Ferroviário aposentado, ele era casado e tinha dois filhos.
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“Uma equipe do 8º Batalhão estava em patrulhamento pela região do Tatuapé, quando, na tentativa de abordagem a uma motocicleta conduzida por duas pessoas, acabou ocorrendo um disparo acidental”, afirmou o porta-voz da PM de São Paulo, o capitão Felipe Neves numa entrevista à TV Globo.
O policial militar autor do tiro foi identificado imediatamente no momento do registro da ocorrência e foi preso em flagrante pelos colegas da Seção de Polícia Judiciária Militar (SPJM), sendo encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo.
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Violência policial naturalizada e como política pública
Os casos de assassinato cometidos por PMs em horário de serviço explodiram desde que o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assumiu o cargo, no início de 2023. Bolsonarista e uma das figuras mais proeminentes da extrema direita brasileira, o carioca nomeou Guilherme Derrite, um oficial da Rota, também bolsonarista, que se licenciou do cargo de deputado federal para assumir o comando da Segurança Pública no Estado.
Só na famigerada “Operação Verão”, realizada na região da Baixada Santista no início deste ano após a morte de dois policiais militares em serviço, os paulistas viram em 58 dias ao menos 56 pessoas serem assassinadas em alegados confrontos com as forças de segurança do estado. Diante do massacre e de protestos até em âmbito internacional, o chefe do Executivo paulista mandou até um “tô nem aí” depois de flagrantes casos de execução e de mortes de inocentes, como o de uma mãe de seis filhos que aguardava o caçula cortar o cabelo num salão da Zona Noroeste de Santos e levou um tiro na cabeça.