A Polícia Militar do Rio de Janeiro começou a revelar na noite desta terça-feira (12) maiores detalhes sobre o sequestro a um ônibus que ocorreu durante a tarde em plena Rodoviária Novo Rio, no centro da capital fluminense.
Um homem armado com uma pistola manteve 16 reféns dentro de um ônibus interestadual, que iria para Juiz de Fora (MG), antes de se entregar por volta das 17h40. Duas pessoas foram feridas no início da ação, uma delas baleada no tórax e no abdômen, outra por estilhaços.
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De acordo com os policiais, o homem foi identificado como Paulo Sérgio Lima e ele tentava fugir do estado depois de ter tido “desavenças” com uma facção criminosa. Oriundo da Rocinha, diz a polícia que ele inclusive chegou a participar de disputas territoriais na zona oeste do Rio de Janeiro. Sua única passagem, no entanto, tinha sido por roubo, quando foi preso em 2019 e solto em 2022.
Ele alega ter comprado a passagem em dinheiro para fugir do Estado. Mas acabou incomodado com a presença de uma das vítimas, que acreditou ser um policial. Por isso, teria feito os disparos. E, logo em seguida, não havia mais volta. O veículo então foi sequestrado e ele fez os reféns.
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A primeira vítima, Bruno Soares de 34 anos, em estado grave, está em cirurgia no Hospital Souza Aguiar. Ele foi atingido por três disparos enquanto esperava para embarcar. O outro ferido, atingido por estilhaços, foi atendido em ambulatório local. Ambas as vítimas estavam fora do ônibus.
Um enorme efetivo da Polícia Militar cercou o local, incluindo homens do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), responsável por atender esse tipo de ocorrência. Um negociador profissional da unidade esteve na região e um grande número de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos acompanhava cada desenrolar da ocorrência.
Após três horas de negociação com o Bope, o homem finalmente se entregou. Ele foi preso e levado para a 4ª Delegacia de Polícia, na Central do Brasil. Paulo Sério deve responder por tentativa de homicídio, sequestro e porte ilegal de arma.
"Todos os reféns foram libertados, estão seguros, passam por um atendimento prévio, com bombeiros, para verificar as condições psicológicas e outras coisas mais", disse o porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Marco Andrade.
Durante cerca de cinco horas todas as viagens ficaram suspensas pela Rodoviária Novo Rio e os passageiros eram orientados a não se dirigirem às plataformas. A operação só voltou ao normal a partir das 19h30.