QUEM PODERIA IMAGINAR?

PMs são presos suspeitos pela morte de colega que investigava milícias no Rio

Vaneza Lobão monitorava organização criminosa paramilitar na mesma região da Zona Oeste onde morava; Ela saía para a academia quando grupo a fuzilou; Confira o que se sabe sobre o crime

Vaneza Lobo, a PM assassinada por colegas na porta de casa.Créditos: Reprodução /Redes Sociais
Escrito en BRASIL el

Dois subtenentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro foram presos nesta quarta-feira (7) suspeitos de participarem do assassinato de Vaneza Lobão, uma policial militar de 31 anos, do setor de inteligência da corporação, que investigava o envolvimento de um grupo de colegas com milícias de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

A vítima estava na PM desde 2013 e era lotada na 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). O órgão, além de ser subordinado à Corregedoria-Geral da PM, basicamente se dedica a investigar as milícias e narcomilícias que atuam na capital fluminense e sua Região Metropolitana.

Vaneza Lobão monitorava organização criminosa paramilitar chefiada por Zinho, um famoso líder miliciano, na mesma região da Zona Oeste onde morava. Ela foi morta a tiros, quando saía de casa para ir a uma academia, no final de novembro. No momento em que fechava o portão de casa, após retirar seu carro, um outro veículo chegou ao local, de onde desceram alguns homens encapuzados portando fuzis. Eles abriram fogo contra a PM, atingindo-a diversas vezes, sem que ela tivesse tempo de esboçar qualquer reação.

Na noite do crime, equipes do 27° BPM fizeram incursões em toda a região de Santa Cruz para tentar localizar os autores do assassinato. Eles prenderam um suspeito, no chamado loteamento Madean, que estava com uma pistola automática 9mm.

A partir daí as investigações foram se desenrolando até chegar aos nomes dos dois subtenentes presos nesta manhã. Eles entraram no radar após terem feito pesquisas envolvendo o nome de Vaneza em bancos de dados oficiais da corporação. O objetivo era mapear sua rotina e endereços.

Os subtenentes estão lotados hoje no 27º BPM, em Santa Cruz, e no 31º BPM, no Recreio, ambos na Zona Oeste. Mas à época do crime, um deles estava na DJPM, junto com a vítima. As investigações ainda encontraram um estojo de pistola calibre .40, proveniente de lote adquirido pela Polícia Militar do RJ em 2009 e entregue no 31º BPM.