'ESCOLA SEM MILÍCIA'

Ligações entre milícia e Estado do Rio de Janeiro contam com empresa que atua em escolas

De acordo com o Metrópoles, a empresa Estrelar Web seria usada para lavagem de dinheiro de importante miliciano

Cláudio Castro (PL-RJ), governador do Rio de Janeiro.Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
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As já conhecidas ligações, quase umbilicais, entre o Estado do Rio de Janeiro e milícias que atuam na capital fluminense agora têm a participação de uma empresa que fornece serviços de acesso à internet para escolas públicas e é utilizada por um importante miliciano para lavar dinheiro. É o que diz a coluna do Guilherme Amado, no site Metrópoles.

Na última quarta-feira (28) a Estrelar Web foi alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio. Um dos grupos envolvidos é o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), especializado em lavagem de dinheiro e criado em parceria pelos governos e ministérios públicos federais e estaduais.

A empresa é legalizada pela Anatel e presta serviços para a Secretaria de Educação do governo do Rio de Janeiro, encabeçado pelo bolsonarista Cláudio Castro (PL-RJ). A pasta teria autorizado o repasse de dinheiro público a 4 escolas estaduais que contrataram a empresa. Os pagamentos, que vão de R$ 50 a R$ 159 mensais, foram feitos entre abril e dezembro do ano passado.

Três dessas escolas estão nos bairros de Santa Cruz e Inhoaíba, em áreas dominadas pelo Bonde do Zinho, a milícia mais poderosa do Rio. Mas as coincidências não param por aí.

A investigação aponta que a Estrelar Web é usada justamente para lavagem de dinheiro pelo próprio Zinho, registrado como Luis Antônio da Silva Braga.

A Justiça determinou que a Estrelar Web e as demais empresas que foram alvo da investigação tivessem seus bens e funcionamento bloqueados. Por sua vez, a Secretaria de Educação afirmou ao site supracitado que não se responsabiliza pela fiscalização dos contratos das escolas.