A Polícia Federal (PF) recuperou arquivos deletados de dispositivos eletrônicos do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, usando tecnologia de ponta israelense.
Segundo fontes da PF próximas à investigação, as informações recém-descobertas reforçam as evidências sobre a suposta tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e o monitoramento de autoridades. As informações são do blog de Daniela Lima no g1.
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De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a PF utilizou tecnologia israelense avançada para recuperar provas adicionais armazenadas na nuvem a partir do celular de Mauro Cid.
As novas evidências reforçam as investigações sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, complicando ainda mais a situação dos envolvidos.
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O inquérito segue sob supervisão do ministro Alexandre de Moraes, que no dia 21 de outubro estendeu o prazo de apuração por 60 dias, com perspectiva de que as conclusões cheguem ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2025.
Mauro Cid, figura central no caso, tornou-se colaborador premiado, o que tem contribuído para o avanço das apurações.
Como funciona a tecnologia israelense
A PF utiliza tecnologias avançadas para recuperar dados apagados de dispositivos eletrônicos, como smartphones e computadores, durante investigações criminais. Uma das ferramentas empregadas é o software israelense Cellebrite Premium, desenvolvido pela empresa Cellebrite.
O software é capaz de desbloquear uma ampla variedade de dispositivos móveis, incluindo aqueles com sistemas operacionais iOS e Android, permitindo acesso total aos dados armazenados.
Mesmo que informações tenham sido deletadas, o Cellebrite pode recuperar mensagens, imagens, registros de chamadas e outros dados que ainda residam na memória do dispositivo.
A ferramenta realiza uma extração completa dos dados, preservando a integridade das informações para serem utilizadas como evidências em processos judiciais.
O uso do Cellebrite pela PF tem sido feito em diversas investigações. Por exemplo, em 2021, durante a apuração da morte do menino Henry Borel, a polícia utilizou o software para recuperar mensagens apagadas que foram cruciais para o caso. Em 2023, a PF empregou tecnologias semelhantes para recuperar conteúdos de celulares de investigados por atos antidemocráticos
O Cellebrite Premium é comercializado exclusivamente para autoridades policiais e órgãos de segurança.
Peixes graúdos na mira da PF
Segue em curso as investigações da PF sobre o envolvimento de Bolsonaro e generais de seu ex-governo na tentativa de golpe de Estado após a derrota para Lula nas eleições de 2022.
Na tarde desta terça-feira (5), a partir das 14h, o deputado federal e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), presta novo depoimento à PF, para esclarecer seu envolvimento na tentativa de golpe.
Entre os integrantes da caserna, três nomes já são dados como certo como companhia do ex-presidente nos indiciamentos: os generais Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice; Paulo Sergio Nogueira, titular da Defesa e ex-comandante do Exército; e Augusto Heleno, que esteve à frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nos quatro anos em que o capitão esteve no Planalto.
Desses três, apenas Augusto Heleno tem mobilizado a cúpula das Forças Armadas para enviar mensageiros à sede da Polícia Federal para tentar convencer os investigadores a o deixarem de fora dos indiciamentos. As investidas, no entanto, não tiveram sucesso até o momento dadas as inúmeras provas e o envolvimento fisiológico do general da reserva com Bolsonaro e com a tentativa de golpe.